Na tarde desta quinta-feira (20), centenas de serventuários se concentraram em frente ao Fórum Central do Rio de Janeiro para reivindicar condições de trabalho adequadas e a garantia de direitos básicos que vêm sendo constantemente desrespeitados.
O ato Cadê minhas reposições salariais? Cadê minha valorização? levou a categoria às ruas para reivindicar as pautas da campanha salarial de 2018, denunciar os desmontes no Judiciário estadual, e conscientizar a população sobre como a precarização afetará o acesso a serviços fundamentais.
Estudantes e representantes da Federação Nacional dos Estudantes de Direito (FENED) também estiveram presentes, denunciando a precariedade das vagas de estágio oferecidas ao segmento.
Mobilização denunciou ataques aos direitos dos serventuários
Com faixas e discursos, os servidores mostraram a força da categoria e reforçaram a luta pela reposição salarial de 5%, que foi conquistada graças à união dos serventuários. No momento, o processo está tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF) e aguarda análise do ministro Alexandre de Moraes.
Ainda nas pautas salariais, a manifestação também relembrou a defasagem nos vencimentos, já acumulada em 27,59% segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Sem correções inflacionárias, o salário da categoria encolheu em ritmo acelerado nos últimos 4 anos. O problema se expressa na redução da qualidade de vida dos serventuários e de suas famílias.
Mesmo diante dessas injustiças, os servidores não deixaram de melhorar ainda mais o serviço oferecido à população. Segundo o levantamento Justiça em Números 2018, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Judiciário estadual do Rio de Janeiro é o mais produtivo do país.
Como retorno, os serventuários recebem a diminuição do efetivo, ausência de convocação de aprovados em concursos públicos, desequilíbrio na distribuição de tarefas e ameaças de terceirização e realocação em gabinetes — estas últimas oficializadas em atos publicados pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). Por isso a luta se faz tão necessária.
Todo esse panorama foi relembrado pelo ato realizado hoje, com adesão de servidores de várias comarcas, que se revezaram ao microfone exigindo o cumprimento da data-base, que é no mês de setembro, e contrários a contratação de Organizações da Sociedade Civil (OSCs), que significam a terceirização de postos de trabalho no Judiciário.
Os serventuários mostraram que a categoria está forte e unida para garantir seus direitos, e que o comprometimento com a luta é maior do que qualquer arbitrariedade.
Para o diretor-geral do Sindjustiça-RJ Tony Vieitas, as manifestações têm sido um espaço para pressionar autoridades e dialogar com a população, em um movimento estratégico essencial para vencer esses desafios.
“É ocupando os espaços públicos que temos construído o nosso enfrentamento e vencido várias etapas necessárias para avançarmos em nossas pautas. Continuaremos mobilizados e cada vez mais fortes e combativos, até que nossos direitos sejam respeitados”, afirmou Tony.
A resistência também tem acontecido no âmbito institucional. Nas últimas semanas, a diretoria do Sindjustiça-RJ encaminhou vários ofícios para o TJRJ reivindicando algumas das principais pautas. Clique aqui para saber mais.
Fonte: Sindjustiça-RJ