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CENTRAIS LEMBRAM PERSEGUIÇÃO A TRABALHADORES NOS 50 ANOS DO GOLPE

Trabalhadores, muitos deles sindicalistas, foram perseguidos com demissões, tortura e morte durante a ditadura militar que vigorou no Brasil de 1964 a 1985. A CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) e demais centrais que integram o Coletivo Sindical do Grupo de Trabalho ‘Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical’, da Comissão Nacional da Verdade, querem expor esta faceta da ditadura nas atividades que vão marcar os 50 anos do golpe militar que no dia 1º de abril de 1964 depôs um governo civil e eleito nas urnas.

A data será lembrada no ato “Unidos, Jamais Vencidos”, que será promovido pelas centrais no dia 1º de fevereiro, sábado, em São Bernardo do Campo, berço do novo sindicalismo que nasceu ainda na ditadura e ajudou a combatê-la. O ato acontecerá no Teatro Cacilda Becker, na Praça Samuel Sabattini, a partir das 13 horas.

Para Waldo Mermestein, servidor do TRF-3 em São Paulo e ex-preso político que viveu por quase um ano exilado no Chile, é fundamental a busca pelo resgate da memória desta época e pelo fim da impunidade. “O Brasil passou 21 anos de uma ditadura que mudou muito o país para pior e, ao contrário de outros países da América Latina, não teve nenhum tipo de punição para os ditadores”, disse à reportagem.

Ele citou como exemplo o recente caso do general Gregório Álvarez, ex-ditador do Uruguai, já condenado a 25 anos de prisão por crimes cometidos na ditadura daquele país, que será agora novamente julgado por um tribunal das forças armadas e poderá ter ainda a aposentadoria e a sua condição de militar cassadas. Enquanto isso, observou, no Brasil os ditadores ainda “são nomes de rodovias”.

Waldo avalia que a ditadura e a impunidade geram reflexos até hoje “no dia a dia” do brasileiro. “[Veja] como a polícia está atuando com as manifestações sociais, atirando, forjando provas”, disse, ao apontar o processo de criminalização das lutas sociais e sindicais.

A repressão aos protestos de hoje conta com o apoio ou, por vezes, o silêncio de um governo liderado por uma ex-militante da esquerda vítima de torturada na ditadura. “Há contradição nisso?”, pergunta o repórter. “No primeiro ponto de vista é uma contradição, mas passados dez anos de governo petista, isso não deve surpreender a ninguém. [O que esperar] de um grupo que faz coleta [de dinheiro] para gente condenada por corrupção?”, responde o servidor, referindo-se aos petistas condenados no julgamento do mensalão. Ele espera que o ato de sábado e a série de atividades dos 50 anos do golpe sirvam para dar novo fôlego à procura da verdade e do fim da impunidade dos agentes da ditadura.

“Datas redondas costumam ter mais significado, quem sabe seja um estímulo para que se consiga a punição aos culpados”, assinalou. (informações do Luta Fenajufe Notícias)

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