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Crise mergulha servidores do estado em situação de penúria

Aposentado vive em abrigo, e professora exibe extrato zerado na internet

RIO – A virada do mês costuma ser a bonança nas finanças de boa parte dos trabalhadores. Mas, para os servidores do estado, a realidade é outra: os salários estão sendo parcelados há um ano, o décimo terceiro de 2016 ainda não foi depositado e os pagamentos estão atrasados, para muitos, desde maio. Sem dinheiro para pagar aluguel, o aposentado Gilson Alves, de 69 anos, teve que vender todos os seus pertences e, há dois meses, foi morar na rua, como adiantou o colunista Ancelmo Gois.

— Quando eu senti que não dava mais para eu pagar, o que eu fiz? Comecei a vender minhas coisas, botei o que tinha na bolsa, minha roupa, e pedi socorro. De um dia para o outro só, dormi na rua. E depois me trouxeram para cá — contou.

Gilson, que perdeu uma das pernas quando ainda era criança, recebe R$ 1.195 por mês. Está aposentado há cinco anos, após dedicar 32 anos de sua vida ao serviço público. Trabalhava como radiologista num hospital estadual do Rio.

Diante da situação de penúria e da falta de perspectiva de dias melhores, a professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Stela Guedes Caputo, de 50 anos, publicou em seu Facebook, no último sábado, o extrato zerado de sua conta bancária.

“É como estar desempregada, só que trabalhando”, escreveu a servidora, junto à foto do documento, que já recebeu mais de 2.700 curtidas e foi compartilhada por 1.500 internautas. “Mostrar um extrato assim não é fácil. Parece que fracassamos ou, no mínimo, não sabemos administrar nossos recursos. Mas como administrar zero de recursos?”, acrescentou ela.

O sentimento de Stela é o mesmo de outros 204 mil servidores estaduais, que estão sem receber há três meses. Ela dá aulas na Uerj há cinco anos na área de educação para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação. No texto, ela defende a decisão dos professores, que votaram pela paralisação, e lembra que o parcelamento dos salários se estende desde o ano passado, o que resultou numa “montanha de dívidas e juros”.

“Me sinto humilhada e desanimada (e olha que é muito difícil quebrar meu ânimo, quem me conhece sabe). Eu não tenho outra renda, não, nem família rica, nem herança. Vivo do meu salário e trabalho MUITO!”, escreveu.

A ONG Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida está realizando uma campanha para arrecadar doações para os servidores. Até esta terça-feira, já tinham sido recolhidas 7,5 toneladas de alimentos, o equivalente a 500 cestas básicas.

FONTE: https://oglobo.globo.com/rio/crise-mergulha-servidores-do-estado-em-situacao-de-penuria-21658035#ixzz4oiRd9HAp
stest

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