Mais de 95% dos funcionários norte-americanos já sofreram bullying em suas empresas. Pesquisadores relataram respostas de 2.283 pessoas e o resultado foi surpreendente até para o especialista David Maxfield: “96% das pessoas disseram que já sofreram bullying onde trabalham, “86% deles ocorreu por mais de um ano e, em 54%, por mais de cinco anos”.
O escritor tem estudado a cultura corporativa desde 1980, quando ele e alguns colegas fundaram a VitalSmarts, uma empresa de treinamento corporativo e consultoria de liderança. Após alguns anos, Maxfield passou a se interessar pelo bullying nas empresas e em onde isso estava ocorrendo, quais foram as mudanças, como isso afeta a produtividade e eficiência no local de trabalho.
Uma das estatísticas que mais chocou o escritor foi sobre as diferentes maneiras de bullying. O estudo apontou três categorias: sabotagens de outros colegas de trabalho, intimidação e ameaças e por último intimidação física e abuso. “Outra que me chocou muito foi o tempo que esse bullying estava durando. Você acharia intolerável”, afirma Maxfield.
A pesquisa relatou como alguns tipos de provocações persistem por mais tempo em alguns locais de trabalho. Os resultados apontaram que o bullying passivo-agressivo pode se tornar propício para que em algumas empresas, “valentões” tenham mais segurança.
Maxfield e o outro autor de seus livros, Joseph Grenny, apontaram que em muitos casos a pessoa que tem mais chances de permanecer na companhia é a pessoa que pratica o bullying. A pesquisa recolheu centenas de relatos nos quais as vítimas acabaram por mudar de emprego. É comum que o bullying parta das próprias empresas. Maxfield citou as companhias farmacêuticas e a “intimidação médica”. Neste mercado, não só as organizações tendem a seguir uma hierarquia rígida como as promoções não costumam vir de habilidades.
Outro conjunto de estatísticas preocupantes no estudo é o fato de poucas pessoas conhecerem alguém que tenha usado a política contra o bullying em uma empresa. “51% dizem que sua empresa tem uma política para lidar com os “valentões” e apenas 7% conhecem alguém já tenha usado”. Maxfield acha que a maioria das companhias têm políticas por causa de leis federais contra o assédio, mas que é mais uma questão de publicidade e comunicação.
Maxfield defende aquilo que todos nós ouvimos desde crianças: se você viu alguma coisa, reaja (seja para a pessoa que está fazendo bullying quanto para um gerente). Se você está sofrendo provocações não vá direto ao “valentão”, pois o local de trabalho provavelmente oferece a oportunidade de trabalhar como um problema conjunto.
Quem pratica o bullying, normalmente não percebe a imagem que está passando. Maxfield descreve uma situação na qual cientistas começaram a deixar a empresa por que o gerente estava praticando bullying. O gerente achava que em 98% do tempo não estava sendo agressivo, e que em 2% do tempo estava sendo temperamental. Os funcionários pensavam o contrário. Ele então se propôs a mudar e tentar melhorar a situação.
O escritor acredita que há muitas coisas que funcionários podem fazer para construir uma rede de suporte antes mesmo de o bullying começar. “É muito importante que todo funcionário entenda quem é a pessoa que mais forma opinião. Quem são as pessoas mais respeitas da empresa, e então as conheça”. Essas pessoas podem te ajudar se alguma coisa acontecer. Eles também podem ajudar a entender a companhia e a sua posição. (informações da Forbes Brasil)