A greve que os servidores do Judiciário Federal em São Paulo iniciam nesta quinta-feira, 15, é deflagrada em meio a uma série de paralisações e movimentos grevistas de outras categorias do funcionalismo público, além de protestos de movimentos sociais.
A insatisfação popular com os gastos bilionários para a Copa do Mundo, a inflação e a má qualidade dos serviços públicos intensifica a pressão sobre o governo Dilma Rousseff (PT). Governos estaduais e prefeituras também são cobrados por seus servidores e pela população.
Veja a seguir algumas categorias que já cruzaram os braços ou que ameaçam parar:
UNIVERSIDADES E ESCOLAS TÉCNICAS FEDERAIS — Os trabalhadores técnico-administrativos das instituições de ensino superior federais, representados pela Fasubra, estão em greve desde 17 de março. Na semana passada, mais de 1.500 trabalhadores foram em caravana a Brasília, onde realizaram uma vigília em frente ao Ministério da Educação.
A pressão levou o Secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, a admitir a abertura de negociações e prometer uma resposta até 22 de maio.
POLICIAIS FEDERAIS — Já fizeram diversas manifestações nos últimos meses e em 8 de maio realizaram greve em vários Estados. Os policiais ameaçam parar durante a Copa do Mundo se não houver acordo com o governo até o fim do mês. Liminar concedida pelo STJ proíbe a Polícia Federal de entrar em greve durante o evento. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) promove entre esta terça e quinta-feira (15 de maio), em Brasília, assembleia para discutir a greve, reestruturação da carreira e ações judiciais.
CULTURA — Servidores do Ministério da Cultura iniciaram uma greve na segunda-feira, 12. O movimento paralisou todos os museus administrados diretamente pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), justamente quando foi iniciada a 12ª Semana Nacional de Museus. Entre as reivindicações, eles exigem aumento salarial, plano de cargos, gratificação por titularidade e maior participação na formulação de políticas para a cultura.
SAÚDE, TRABALHO, PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL — A Federação Nacional dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) convocou paralisação para esta quinta-feira para reivindicar plano de cargos e carreiras com incorporação de gratificações, além de melhores condições de trabalho, adicional de qualificação, paridade entre ativos e aposentados e realização de concurso público. O movimento deve atingir a Anvisa, o INSS e os Ministérios da Saúde, do Trabalho e da Previdência .
POLICIAIS DE PERNAMBUCO — Os policiais militares e bombeiros do Estado decretaram greve por tempo indeterminado na noite de terça-feira, 13. A categoria pede melhores condições de trabalho; reajuste salarial de 50% para soldados e de 30% para oficiais, retroativo a janeiro; um novo plano de cargos e carreira; fim da pena de prisão prevista no Código Disciplinar; exigência de curso superior para admissão de novos militares; gratificação para quem fizer cursos de especialização e o aumento do valor do tíquete-refeição.
RODOVIÁRIOS DO RIO DE JANEIRO — Motoristas e cobradores de ônibus do Rio de Janeiro entraram em greve por 48h na terça-feira, 13, e no dia seguinte o movimento se espalhou pela Baixada Fluminense. A greve foi liderada por um grupo dissidente do sindicato da categoria, o Sintraturb, e apoiada pela CSP-Conlutas.
RODOVIÁRIOS DE SÃO Paulo — O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo realizou assembleias nesta quarta, 14, e rejeitou a proposta patronal para o reajuste dos salários. Foi aprovado um Plano de Luta que prevê manifestação na próxima segunda-feira, 19, e paralisação na quarta, 21. Representantes do Sindicato se reúnem hoje com o prefeito Fernando Haddad (PT).
TRENS DE SÃO PAULO — Após reunião de conciliação no TRT, os trabalhadores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) suspenderam a greve que começaria nesta quinta-feira. Porém, ainda não houve acordo e nova reunião está marcada para a segunda-feira.
PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO — Os professores e demais profissionais de educação do Rio de Janeiro paralisaram a rede estadual e as redes municipais de ensino na segunda-feira, 12. Nesta quinta-feira, realizam assembleia unificada. A pauta de reivindicações inclui, entre outras questões, 20% de reajuste salarial com paridade para os aposentados, eleição direta para direção de escola e cumprimento do acordo firmado no STF em 2013. O ministro do STF Luiz Fux suspendeu a validade desse acordo durante a greve.
PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO — A greve dos profissionais de educação do município de São Paulo completou 20 dias na terça-feira com um bloqueio da Avenida Paulista por milhares de trabalhadores, que seguiram em passeata até a sede da Prefeitura. Nova manifestação será realizada a partir das 14h desta quinta-feira. Além da incorporação imediata do abono de 15,38% aos padrões de todas as tabelas de vencimentos, a categoria reivindica melhores condições de trabalho, fim das terceirizações e mais segurança nas escolas, entre outros itens.
SERVIDORES FEDERAIS — A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representa mais de 340 mil servidores em todo o país, promete parar sua base no dia 10 de junho, dois dias antes da Copa. Seria uma greve geral no funcionalismo federal, a exemplo do que já aconteceu em 2012. A decisão sobre a paralisação dos segmentos do funcionalismo organizados pela Condsef será definida no dia 30 de maio em plenária da Confederação.
DIA DE LUTA CONTRA INJUSTIÇAS DA COPA — Diversas organizações de trabalhadores e movimentos sociais se articularam para realizar neste 15 de maio (15M) um dia de manifestações em todo o país contra os gastos com a Copa do Mundo e os benefícios concedidos a empresas e à Fifa. Os Comitês Populares da Copa, o Encontro Nacional do Espaço Unidade e Ação, coletivos nacionais, regionais, movimentos de luta por moradia e de juventude se unem a sindicatos e à CSP-Conlutas para mostrar nas ruas que “Na Copa vai ter luta”. Estão programadas manifestações até no exterior, como em Berlim, na Alemanha, e em Santiago do Chile. (informações do Sintrajud-SP)