Os servidores do Poder Judiciário de Pernambuco, em greve desde o dia nove de maio, organizaram um ato público nesta quinta-feira (19), em frente ao Tribunal de Justiça. Apesar das chuvas, garantiram uma bonita atividade e, por causa de tantas sombrinhas, o ato foi chamado como “Sobrinhaço”. Com direito a orquestra de frevo, a categoria ocupou a rua, parando o trânsito em frente ao TJPE por quase duas horas.
Enquanto tudo isso acontecia, a Comissão de Negociação da categoria se reunia com o interlocutor, Fábio Eugênio. A conversa de quase três horas não teve avanço. O Tribunal continua propondo aumento de jornada para 7 horas neste ano ainda, parcelando em duas vezes os 17%, que ele diz ser aumento, parcelando-os em duas vezes.
Parece ironia, mas os servidores exigem que o TJPE cumpra a lei. Os servidores da Justiça não aguentam mais tanta injustiça, pois já são três anos sem aumento real nos salários, enquanto aumenta plano de saúde, alimentação, combustível, tarifas de energia…
Com quase duas semanas, o Tribunal ironiza a legítima greve, com o objetivo de vencer o movimento pelo cansaço. Entretanto, é importante perceber que a categoria já está cansada há muito tempo. Cansada de baratas, mofos, goteiras nos locais de trabalho, uma verdadeira situação insalubre. Cansada também de não ter um salário digno. Cansada de não ser valorizada!
O representante da CSP-Conlutas, Hélio Cabral, afirmou que está surpreso com a forma como o TJPE está tratando os servidores. “Nunca vi tanta arrogância, tanta intransigência, tanta frieza, quanto eu vi do negociador, apesar de ser um gentleman” declarou Hélio, comparando a negociação do TJ com as mesas de negociações de empreiteiras multinacionais que financiaram o governo Dilma nas eleições e que estão agora na construção civil dentro das obras do PAC. (com informações do Sindjud-PE)