Mais de uma semana depois da aprovação do PLC 28 no Senado, a greve dos servidores do Judiciário Federal se manteve forte e com adesão crescente em praticamente todo o país. Além de manter nos estados a rotina de assembleias, atos, arrastões e marchas, os servidores realizam na quinta-feira, 16, o Ato Nacional Unificado pelo Sanciona Dilma, diante do STF e do Palácio do Planalto.
A categoria também vai acompanhar de perto os passos da presidente Dilma Rousseff (PT) e do presidente do STF, Ricardo Lewandowski. O sentimento generalizado entre os servidores é de que a greve deve se intensificar para exigir que Dilma sancione o PLC 28 e cobrar de Lewandowski a defesa da autonomia do Judiciário.
Dilma já será pressionada mais de perto no dia 15, em Laguna (SC), onde vai inaugurar a ponte Anita Garibaldi. Servidores de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná estão organizando caravanas até o município para realizar um ato público e exigir da presidente a sanção ao PLC 28.
No Paraná, o primeiro estado a entrar em greve por tempo indeterminado, o movimento permanece forte mais de 45 dias após o início da paralisação na Justiça Federal.
Em Minas Gerais, uma assembleia geral no dia 8 chegou a encenar o “casamento” entre Dilma Ducheff e Enrolandowski, celebrado pelo “padre” Lula. A cerimônia representou a subserviência do presidente do STF ao Poder Executivo.
O “padre” perguntou a Dilma se ela promete manter o domínio do Executivo sobre o Judiciário, ignorar a independência e a autonomia orçamentária do Poder Judiciário, continuar sua política de sucateamento do serviço público, jogar a opinião pública contra o funcionalismo público, etc. A toda as perguntas, a hipotética Dilma respondia “Sim”.
No Distrito Federal, onde a greve completou 30 dias, os servidores fizeram intensa atividade de mobilização da categoria, com arrastões nos locais de trabalho, ao mesmo tempo em que uma comissão percorria os gabinetes do Congresso para angariar apoio dos parlamentares à pressão pela sanção do PLC 28.
Uma manifestação promovida pelo Sindjus-DF na quarta-feira, 8, levou o barulho de cornetas, buzinas, apitos e fogos de artifício para a frente do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Depois de se juntar aos servidores do Ministério Público, que reivindicam a aprovação do seu projeto salarial (PLC 41), os manifestantes fecharam todas as pistas da Esplanada dos Ministérios entre o Senado e o Palácio do Planalto. Diante do Palácio eles também fizeram muito barulho antes de retornar ao Senado e concluir o protesto.
Esse barulho deve soar ainda mais alto nesta semana, quando os servidores prometem se fazer ouvir em todos os estados e em Brasília, a fim de vencer a resistência de Dilma e tirar Lewandowski do “sono” em que ele parece ter mergulhado. (informações do Sintrajud-SP)