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LEVY DIZ EM DAVOS QUE SEGURO-DESEMPREGO É ULTRAPASSADO

As declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que o seguro-desemprego é um benefício “completamente ultrapassado” e de que reformas estruturais são necessárias ao Brasil parecem sinalizar que mais medidas que retiram direitos de trabalhadores e aposentados podem já estar sendo preparadas pelo governo.

O ministro escolhido por Dilma Rousseff (PT) para comandar a economia a partir do segundo mandato fez as afirmações polêmicas em entrevista ao jornal inglês “Financial Times”, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, evento anual em que a elite econômica internacional e representantes das principais economias mundiais se reúnem para debater interesses e políticas comuns.

O exemplo do seguro-desemprego foi usado para exemplificar a necessidade de cortes e reformas em diversas áreas, inclusive sociais. O ministro ressalvou apenas que o programa assistencial Bolsa Família não será atingido.

MINISTRO É EX-DIRETOR DO BRADESCO — Ao aceitar o convite de Dilma para assumir a pasta, Levy teve que deixar o cargo que ocupava na direção do Bradesco, gigante do setor bancário privado. Não se encontra, naturalmente, dentro do perfil dos que recorrem ao seguro-desemprego quando é demitido.

Na campanha eleitoral do ano passado, Dilma prometeu não mexer em direitos dos trabalhadores. Disse que isso seria feito por seu principal adversário, Aécio Neves (PSDB), caso o tucano fosse eleito. Acusou ainda Marina Silva (PSB), outra adversária, de planejar entregar a economia do país aos banqueiros caso saísse vitoriosa na disputa.

Antes mesmo do término do primeiro mandato, porém, a presidente anunciou o diretor do Bradesco na Fazenda e lançou duas medidas provisórias que cortam direitos trabalhistas e previdenciários.

O pacote restringe o acesso ao seguro-desemprego, ao abono salarial, acaba com a pensão vitalícia por morte de cônjuge e reduz este benefício à metade para os trabalhadores do setor privado.

Movimento nacional está sendo construído – reunindo sindicatos, centrais e movimentos populares – para tentar derrubar as medidas, que ainda precisam ser aprovadas no Congresso Nacional para se tornarem lei.

“CHICAGO BOYS” — As declarações de Levy foram dadas no dia seguinte à participação da presidente Dilma Rousseff na posse do colega Evo Morales, na Bolívia. Na cerimônia de posse para o terceiro mandato, de acordo com o jornal “Valor Econômico”, Evo disse que “na Bolívia não mandam os Chicago boys, mas os Chuquiago boys”, referindo-se, primeiro, ao termo usado para definir os adeptos das teorias neoliberais da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. Já Chuquiago é a etnia indígena do presidente.

Na foto oficial das autoridades presentes ao evento, Dilma aparece ao lado do presidente boliviano. Em Davos, o seu ministro da economia diria ao “Financial Times”, menos de 24 horas depois, que valoriza muito o que aprendeu na Universidade de Chicago, onde fez doutorado. (informações do Sintrajud-SP)

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