Quase seis mil pessoas morreram nas emergências de apenas quatro hospitais do Rio de Janeiro, de janeiro a agosto de 2011, de acordo com relatório do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro. Os números foram divulgadas nesta terça-feira, dia 20 de setembro, pela entidade aos representantes das comissões de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e da OAB/RJ que visitaram o Hospital Municipal Souza Aguiar.
Somente nesta unidade de emergência, que é considerada referência de atendimento hospitalar municipal, morreram 1.800 pessoas durante os primeiros oito meses do ano. No Lourenço Jorge, o número de óbitos atingiu 1.600; no Salgado Filho, 1.250; e no Miguel Couto morreram 1.111 pacientes em busca de socorro médico. Isso dá um total de 5.761. Se comparado com os militares norte-americanos mortos na guerra do Iraque, a situação do Rio é de calamidade pública: de 2003 até 2011, caíram mortos no país árabe 4.471 soldados dos EUA.
Parlamentares e integrantes da OAB/RJ estiveram esta terça no Hospital Municipal Souza Aguiar para averiguar a qualidade do atendimento que vem sendo dado à população do Rio. O pedido de visitas e de audiências públicas — que vão ocorrer nos próximos meses e fazem parte de um processo de instalação de uma CPI da Saúde — foi feito por diversas entidades do setor.
Estiveram no Souza Aguiar a presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, Margarida Pressburger, e quatro parlamentares que integram a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados: Chico Alencar e Jean Wyllis (PSOL-RJ); Domingos Dutra (PT-MA) e Arnaldo Jody (PPS-PA). O vereador Paulo Pinheiro (PSOL) e integrantes do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) também participaram da visita ao hospital.
De acordo com os parlamentares, as entidades de profissionais de saúde vêm fazendo insistentes denúncias de péssima qualidade de atendimento à população em nove capitais do Brasil e enumeram, inclusive, as causas do problema. Hoje, os grandes nós são a insuficiência de profissionais, que chega a 70% das equipes, os baixos salários e a falta de regulação das redes de saúde. (com informações da OAB/RJ)