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OPINIÃO: EM 1917, OPERÁRIAS RUSSAS ATROPELAM BOLCHEVIQUES

[Sérgio Domingues*] Ao contrário da versão oficial, o Dia Internacional das Mulheres não nasceu nos Estados Unidos em 1911. Nesta data, centenas de operárias de uma tecelagem nova-iorquina teriam morrido em um incêndio. Na verdade, o 8 de março já era Dia das Mulheres antes disso. E a data deveria ser lembrada por outro motivo.

Era 23 de fevereiro pelo calendário russo. No calendário ocidental, correspondia a 8 de março. O ano, 1917. Em “A História da Revolução Russa”, Leon Trotsky explica:

“Nenhuma organização planejava alguma greve para aquele dia. (…) Mas, contra todas as orientações, as operárias têxteis abandonaram o trabalho em várias fábricas e enviaram delegadas aos metalúrgicos para pedir-lhes que apoiassem a greve.

Foi a contragosto, que os bolcheviques, seguidos pelos operários mencheviques e pelos socialistas de esquerda se juntaram à marcha. Na véspera, ninguém teria imaginado que este Dia das Mulheres pudesse ter inaugurado a revolução.”

A mais importante lição deste episódio foi a atitude das operárias russas. Elas decidiram manter sua decisão contra a vontade dos marmanjos das direções operárias. À frente deles, os bolcheviques. Mas estes fizeram o correto. Engoliram seu orgulho machista e as seguiram.

Somente assim as revoluções podem ser vitoriosas. Atropelando os preconceitos usados pela ideologia dominante para dividir os trabalhadores entre explorados e humilhados.

Mas, então, por que esse momento tão importante da luta das mulheres ficou esquecido? Para saber a resposta visite http://www.piratininga.org.br/memoria/mulheres-vito.html e leia “O Dia da Mulher nasceu das mulheres socialistas”, de Vito Giannotti.

* Sociólogo, escritor e coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC).

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