Uma em cada cinco mulheres do Brasil já realizou pelo menos um aborto até os 40 anos. Mais de 5 milhões de brasileiras entre 18 a 39 anos já passaram por uma interrupção de gravidez. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Aborto de 2010, da Universidade de Brasília (Unb). Na semana passada o artigo Aborto no Brasil, que faz parte do estudo, recebeu um prêmio da Organização Pan-americana de Saúde na sede da entidade, em Washington (EUA).
Em entrevista à Agência Unb, o professor Marcelo Medeiros, que é autor do estudo junto à professora Débora Diniz, destacou que o objetivo da pesquisa é “deslocar o debate sobre aborto no Brasil do campo da moral e da religião para o campo da saúde pública”.
Os levantamentos apontaram que metade das mulheres que fizeram aborto precisaram ser internadas em decorrência de complicações. Ainda de acordo com o professor, a importância da pesquisa também está na demonstração de que são “mulheres comuns” que se submetem ao aborto, fazem parte de todas as classes sociais, muitas delas são casadas e têm religião.
Para o estudo foi feita uma pesquisa domiciliar com técnica de urna, método que preserva o anonimato das entrevistadas.
Pela lei atual brasileira, o aborto é considerado crime no Brasil, sendo permitido somente em casos de estupro, de fetos anencéfalos (sem cérebro) ou quando a gravidez impõe risco à vida da gestante. (informações da Radioagência NP)
