O número de deputadas estaduais e distritais diminuiu 14,89% ao se comparar as representantes eleitas este ano e as atuais bancadas. Em 5 de outubro, foram eleitas 120 mulheres, contra 141 hoje nas 26 assembleias estaduais e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
O número de eleitas representa apenas 11,33% do universo total de deputados estaduais e distritais — a bancada atual representa 13,31%. Ou seja, tanto na legislatura atual como na próxima, a representação popular será predominantemente masculina.
Só no Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul houve aumento da bancada feminina. Em 17 estados, houve diminuição no número de candidatas eleitas, sendo o Pará o estado com a mudança mais significativa: a bancada feminina atual conta com oito deputadas e, para 2015, foram eleitas somente três.
Pesquisa do DataSenado divulgada no início de outubro apontou percepções dos brasileiros acerca da dificuldade que as mulheres enfrentam para concorrer: a falta de interesse por política e a falta de apoio dos partidos políticos foram apontados pela maioria dos entrevistados como os principais motivos da pequena participação da mulher na política.
O quadro, entretanto, é mais complexo do que parece à primeira vista. A mesma pesquisa revela que 12% das mulheres já pensaram em se candidatar, mas não se candidataram; e 87% nunca pensaram em se candidatar. As entrevistas foram feitas com 1.091 pessoas, entre homens e mulheres de todo o país, de 16 anos ou mais.
A procuradora da Mulher no Senado, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), disse que o problema da sub-representação das mulheres na política tem sua raiz na subordinação imposta às brasileiras ao longo da história e que continua na sociedade atual.
Segundo a senadora, não haverá um aumento significativo do número de mulheres na política enquanto não houver uma reforma política que inclua, entre outras mudanças, a votação em lista fechada com alternância de nomes entre homens e mulheres.
— Com esse tipo de política eleitoral que temos no Brasil a mulher nunca vai alcançar o seu espaço. Primeiro, porque os partidos são comandados por homens, a mulher quase não tem espaço dentro dessas agremiações; e, segundo, que o acesso ao financiamento é para eles também, não chega a elas — afirmou. (informações da Agência Senado)