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SEM ÁGUA E COMIDA, SERVIDORES DO TJSP ABANDONAM FÓRUM JOÃO MENDES

Foram quase 48 horas sem comer, no frio e dormindo no chão do Fórum João Mendes. Mas cerca de 80 servidores resistiram à truculência da administração do Tribunal de Justiça de São Paulo e da Polícia Militar. Proibiram a entrada de alimentos e a PM confiscava qualquer tentativa solidária de envio de comida. Retiraram os bebedouros, cortaram a eletricidade. Nem remédios passavam pela barreira armada contra os trabalhadores.

Funcionários terceirizados tentavam burlar a repressão e às vezes conseguiam levar alguma ajuda aos colegas trabalhadores. Uma delas, da limpeza, segundo Thiago Clemente do Amaral, servidor do Judiciário Estadual, foi demitida. O motivo: ter cometido a “falta” de levar alimento a um lutador.

Servidor desde 2005, Thiago foi um dos presentes na ocupação. Foram horas de forte repressão de um lado e resistência do outro, onde chegaram ao ponto de dividirem duas maças entre 70 pessoas para se manterem de pé.

O Fórum João Mendes estava ocupado desde às 16h de quarta, dia 9. Nesta sexta (11), ao meio-dia, os servidores decidiram sair. “Além de não negociar e descontar os dias parados, o que aconteceu foi um verdadeiro absurdo. A falta de sensibilidade foi em todos os sentidos, moral, legal e humano”, diz.

Os servidores reivindicam 20,16% de reposição salarial e defendem o respeito à data-base, o que não acontece há três anos. “O TJ-SP não deu nenhuma contraproposta, mas sim o desconto dos dias”, afirma. “É um absurdo, quem mais deveria conhecer a lei, recorta-a do jeito que bem entende”, destaca, em referência ao ataque ao direito de greve, previsto no artigo 37 da Constituição Federal.

A greve que teve início no dia 28 de abril ficou mais fortalecida, segundo Thiago. No entanto, os servidores não têm, por trás o respaldo de um sindicato. A entidade que deveria os representar, o Sindicato União, recebe imposto sindical de todos os servidores do estado, mas está fora da greve. A entidade simplesmente exibe uma mensagem em seu site dizendo que: “não está participando do Comando de Greve, nem da mobilização dos servidores para a continuação da greve”. Com esse sindicato de fachada, Thiago explica que existem cerca de 40 associações de servidores no estado, de cunho assistencial, e que sete mais combativas estão efetivamente na greve. (informações do Sintrajud-SP).

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