Servidores do Judiciário Federal pretendem cobrar do STF, nesta quarta-feira (15), a defesa do projeto salarial da categoria, aprovado no Congresso Nacional, mas sob o risco de ser vetado pela presidente Dilma Rousseff (PT).
Dirigentes da federação nacional da categoria (Fenajufe) devem ser recebidos pelo diretor-geral do Supremo Tribunal Federal, Amarildo Vieira, às 14h30. “Vamos insistir para que o ministro Ricardo Lewandowski nos receba imediatamente”, informa Adilson Rodrigues, da coordenação da federação.
A pressão na base da categoria para que o presidente do STF se manifeste e saia em defesa do PLC 28 aumentou diante das recentes declarações do governo. Na segunda-feira (13), a presidente Dilma Rousseff (PT) escalou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, para anunciar que vetará o projeto salarial do Judiciário Federal, logo após a reunião da coordenação política do governo, na segunda-feira (13).
O titular da pasta cujos representantes reiteradas vezes alegaram que as questões do Judiciário não lhes dizem respeito, porque se trata de outro e autônomo poder, voltou a bater na falsa tecla do reajuste de 70% e sugeriu índices mais “condizentes com a realidade fiscal”, chegando a falar em 16%.
O Supremo Tribunal Federal manteve-se em silêncio e não defendeu o projeto. Desde que o PLC 28 foi aprovado no Senado Federal e encaminhado para análise da presidente Dilma, o ministro Ricardo Lewandowski não se pronunciou publicamente sobre o assunto. Já Amarildo entrou de férias, regressando antecipadamente no último domingo, segundo informou.
GREVE E MOBILIZAÇÃO — Por outro lado, a greve dos servidores do Judiciário Federal e do MPU segue forte e promete fazer muito barulho em Brasília nesta quinta-feira (16), quando ocorrem na capital federal novas manifestações nacionais da categoria. Nas atividades de mobilização nos estados, crescem as críticas ao modo como o ministro Lewandowski vem tratando a questão.
Há pelo menos cinco anos, desde a época em que presidiu o Tribunal Superior Eleitoral, ele pede paciência aos servidores e aponta soluções jamais concretizadas para a questão salarial em futuro próximo. No final do ano passado, atuou ou pelo menos permitiu que o Congresso Nacional aprovasse aumento somente para os magistrados e toda a cúpula dos três poderes. Os servidores foram excluídos e viram o projeto salarial da categoria ser posto no gelo na Câmara.
Agora, o silêncio de Lewandowski não soou nada bem para os servidores, que cobram da autoridade máxima da Justiça brasileira uma atuação condizente com o cargo em defesa da autonomia entre os poderes e do projeto salarial cuja autoria assina. (informações do Sintrajud-SP)