A espera de uma proposta que atenda às reivindicações da categoria chegou ao limite. Após meses de negociação com o Tribunal de Justiça, os mais de 600 servidores do Judiciário de todo o Paraná decretaram Estado de Greve, em assembleia na noite de segunda-feira (26/5).
Por unanimidade, a categoria definiu que na próxima reunião de negociação, quinta-feira (29), às 10h30, o TJ deve apresentar uma proposta que atenda às reivindicações dos servidores. “Não há mais tempo para enrolação. Estamos negociando há meses e nunca se chega a uma conclusão. Sempre existe um cálculo aqui, outro porém ali. Os servidores esperam que na reunião uma proposta concreta seja apresentada”, afirma o coordenador-geral do Sindijus-PR, José Roberto Pereira.
Após a mesa de negociação, o Comando de Mobilização se reúne para avaliar o resultado da reunião. Uma nova assembleia dos servidores, no dia 30, às 09h na sede do Sindijus-PR, está convocada para que a categoria defina pelo início da greve, caso não tenha resposta do TJ.
MOBILIZAÇÃO — Durante todo o dia de hoje os servidores paralisaram suas atividades nos locais de trabalho em Curitiba e no interior do estado. Muitos permaneceram nas varas e secretarias para comunicar à população do movimento.
A grande concentração foi na Praça Nossa Senhora Salete, em frente ao Tribunal de Justiça. Servidores do interior vieram em caravanas para engrossar a paralisação da capital e exigir do TJ a valorização do 1º grau. Mais de 600 trabalhadores da Justiça participaram dos atos simbólicos na luta pela isonomia na capital. 80% da categoria aderiu ao movimento estadual.
Durante a concentração dos servidores, representantes do Sindijus-PR foram recebidos pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni. A reunião, intermediada pelo deputado Professor Lemos, tratou da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015, que está em discussão na casa de leis. Rossoni explicou que a fase de propostas e emendas à LDO já foi concluída. Assim, a proposta deve ir à votação no Plenário.
José Roberto disse ao deputado que um dos entraves na negociação com o Tribunal é justamente o orçamento do ano que vem. “Há um receio da administração com uma possível diminuição do repasse do Executivo ao Judiciário”, disse.
Rossoni descartou essa possibilidade e afirmou que “o TJ não pode usar o orçamento como argumento”. O deputado adiantou que marcará uma reunião com o presidente do TJ, Guilherme Luiz Gomes, para intermediar a negociação e no final da tarde de amanhã (26) passará o resultado ao Sindicato.
CAMINHADA — Aos gritos de “isonomia já”, “o 1º grau parou” e “senão negociar a Justiça vai parar”, os servidores partiram em caminhada pelas ruas em torno do Palácio da Justiça. Com velas acesas, faixas e cartazes, a manifestação deu a volta no prédio do TJ e parou em frente à entrada principal. Por alguns minutos o trânsito foi interrompido para que os servidores mostrassem a sua disposição de luta.
ASSEMBLEIA — Ao final do dia, os 600 servidores se aglomeraram no plenarinho da Assembleia Legislativa para discutir o rumo do movimento pela isonomia. O cansaço de um dia de luta não impediu que as decisões fossem tomadas com clareza.
“O resultado dessa assembleia (decretou o estado de greve) mostra, além da disposição de luta da categoria, a insatisfação dos servidores com as negociações. O Sindijus-PR apoiará todas as decisões dos servidores e estará pronto para deflagrar mais uma greve no Judiciário. Vamos conquistar melhores condições de trabalho e salário no 1º grau e o fim da desigualdade de tratamento”, finalizou José Roberto. (informações do Sindijus-PR)