Skip to content

SERVIDORES FEDERAIS FAZEM ATO NO CONGRESSO E DENUNCIAM INJUSTIÇA

Indignação. Este parece ter sido o motor que levou mais de 300 servidores de seus locais de trabalho à primeira manifestação da categoria no Congresso Nacional após os aumentos salariais exclusivos para a cúpula dos três poderes. “Os servidores vieram porque a indignação é muito grande”, disse Eldo Luiz, do MPDFT.

Para Eugênia Lacerda, coordenadora da Fenajufe, essa indignação foi provocada pelo fato de os magistrados e procuradores terem recebido o reajuste, e não os servidores.

A servidora Délia Maria, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, disse que foi feita de “palhaça” e que o desrespeito a quem trabalha e não é da cúpula é muito grande. “Não consigo entender: se não tem dinheiro, como é que aprovou auxílio-moradia? Dá vontade de não trabalhar, me sinto desmotivada”, disse, sobre o benefício concedido a juízes.

“É um tratamento diferenciado, nos sentimos desprezados, com falta de prestígio da classe não só no Ministério Público como também no Judiciário”, lamenta o servidor Ivo Pimenta, do Ministério Público Federal de Brasília. “Independentemente do reajuste deles [magistrados e procuradores], o nosso histórico de tanto tempo sem reajuste já é uma injustiça, ampliada pelo aumento só para as autoridades, disse.

O protesto convocado pelo Sindjus-DF com apoio da Fenajufe ocorreu no gramado do Congresso, na terça-feira (24). A Polícia Militar e seguranças da casa não permitiram o acesso dos trabalhadores à área interna do local. Alguns policiais, visivelmente exaltados, ameaçavam lançar gás de pimenta sobre os manifestantes e agredi-los. Servidores entraram no espelho d’água próximo aos acessos ao Congresso com faixas que expunham a insatisfação.

Do lado de dentro, a possível votação do Projeto de Lei Orçamentária não aconteceu – ficou para nova sessão conjunta do Senado e da Câmara. Não há, porém, perspectivas de inclusão de recursos sem uma forte reação dos servidores.

“Todas as lideranças parlamentares com quem conversei me disseram a mesma coisa: não vão incluir os projetos na previsão orçamentária se não houver um acordo com o governo federal”, relatou Antônio Melquíades, o Melqui, dirigente do Sintrajud-SP, que passou a semana contatando e pressionando os parlamentares.

UNIR FORÇAS — Para Cristiano Moreira, dirigente do sindicato do Rio Grande do Sul (Sintrajufe-RS), a mobilização dos servidores já em fevereiro mostra que a categoria tem como reagir e lutar por suas reivindicações, num ano em que se busca construir a campanha salarial unificada do funcionalismo.

“A categoria está indignada em todo Brasil. O final do ano passado foi bastante amargo com todas aquelas promessas do Lewandowski que não aconteceram. Mas os servidores demonstraram que essa indignação quando vira ação pode de fato buscar virar esse jogo”, disse. Ele destacou, porém, que é preciso unir forças para “dobrar o Congresso, Dilma e Lewandowski”, que estão abraçados para “atacar os servidores, arrochar salários e retirar direitos”, disse. “Nós somos muito mais fortes se estivermos juntos”, afirmou.

Opinião corroborada por Saulo Arcangeli, da coordenação da Fenajufe. “O ato cumpriu o papel de [mostrar] a indignação da categoria diante de um Congresso que aprovou aumento apenas para os magistrados, procuradores, os próprios deputados, para os ministros e presidente da República, [enquanto] os servidores ficaram sem nada”, disse.

“Sabemos que existem recursos, o orçamento que ainda não foi aprovado [destina] mais de 40% para o pagamento das dívidas públicas e estamos vendo o quanto [se gasta] com corrupção”, disse, ao defender a unidade de todo o funcionalismo para virar esse jogo. (informações do Sintrajud-SP)

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Veja Também

Outras Notícias

NOTA DE PESAR

Com enorme tristeza, comunicamos o falecimento da colega Érika Jardim. Érika era Secretária da 1ª Vara Cível da Regional de Alcântara. O velório será neste