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Sindjustiça-RJ repudia ataques de jornalista da Band News: “Vocês não valem isso!”

O Sindjustiça-RJ e os serventuários foram surpreendidos, na segunda-feira (7), com um ataque repleto de má-fé, desrespeito, inverdades e distorções proferido pelo jornalista Rodolfo Schneider em um programa da Band News FM.

Ao comentar a aprovação do projeto de lei das promoções e progressões automáticas no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), Schneider destinou quase 10 minutos para atacar e ofender os serventuários.

Em tom permanentemente jocoso, beligerante e ofensivo, o jornalista coloca a pecha de “irresponsáveis” sobre os servidores, alegando que a aprovação do projeto supostamente fere o Regime de Recuperação Fiscal do Estado e que pode levar o Rio de Janeiro à falência.

A baixeza do comentário de Schneider fica evidente nos termos e frases que usou para desmoralizar os servidores, tais como “indecência”, “cara de pau”, “a gente não aguenta mais carrapato”, “servidor vagabundo”, “vocês estão loucos?”, “vocês não entregam resultado para isso” e outras baixarias.

O ápice da baixeza veio no comentário “vocês não valem isso!”.

A parcialidade do jornalista, que assumiu há tempos uma postura deliberadamente favorável a uma agenda econômica específica e procura dialogar apenas com uma parcela da população, choca por si só. Com bastante frequência, Schneider despeja preconceitos e um falso moralismo quando analisa as questões que envolvem o serviço público e os servidores das diferentes esferas.

Em seus comentários, ele frequentemente defende uma determinada agenda política e econômica, exacerbando o papel que seria atribuído a qualquer jornalista cuja atuação deveria ser marcada pelo equilíbrio. A missão do jornalismo não é e nunca foi promover a perseguição a setores sociais, e sim da explicitação da complexa teia de relações que envolvem os fatos.

Por falta de apuração jornalística ou por pura má-fé – e tudo nos leva a crer na segunda opção –, Schneider, que gosta tanto de comparar os servidores aos trabalhadores da iniciativa privada, finge não saber de um aspecto importante da vida dos servidores do TJRJ: eles estão há quase seis anos sem reposição salarial.

Diferentemente dos trabalhadores da iniciativa privada, que têm seus salários e benefícios reajustados anualmente, os serventuários amargam 37% de corrosão salarial em cinco anos. Em outras palavras, os servidores perderam mais de um terço de seu poder compra. Em que mundo isso representa um privilégio?

O próprio jornalista aceitaria ficar tanto tempo sem ter seu salário reajustado?

Mas ele optou por não mencionar, em seu comentário repleto de falsas acusações, que a aprovação do projeto de lei das promoções e progressões automáticas não passa de uma adequação da realidade do TJRJ ao que já é completamente rotineiro em outros estados e órgãos.

Apesar de ser o Tribunal de Justiça mais produtivo do país há 10 anos – de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) -, o TJRJ era, até então, o único Tribunal que não contava com a temporalidade automática para as progressões e promoções. Aparentemente, para Schneider, exigir a equiparação é demandar por privilégios. “Vocês não entregam resultado para isso”, vociferou ele, para em seguida defender um projeto de lei para permitir a demissão dos servidores públicos.

O que o jornalista não divulga (mas deveria, para ser considerado um profissional sério e equilibrado) é a dura realidade enfrentada pelos servidores. Mesmo reféns de uma desvalorização inaceitável, de um assédio moral crônico e de níveis alarmantes de adoecimento, os serventuários cumprem com a sua missão de entregar à população fluminense um atendimento de qualidade.

É lamentável ver que, para Schneider e para grande parte da imprensa, os dedos e as palavras de baixo calão devem ser direcionados aos servidores, e não aos verdadeiros responsáveis pela crise que assola o estado do Rio de Janeiro há bastante tempo.

Entre aqueles que conduziram o estado à situação de calamidade em que se encontra há anos, há pessoas presas, privadas de liberdade, pagando pelas irregularidades que cometeram, e há também aqueles que não estão presos – mas deveriam -, e os que ainda ocupam espaços de poder.

Em grande medida, o silêncio da imprensa sobre as consequências das sucessivas gestões catastróficas do estado se explica pela generosidade do Executivo estadual em distribuir verbas de publicidade institucional para os grandes veículos de comunicação. Nessa conta, o lado mais fraco acaba mais atacado.

Na conversa que se segue aos ataques, os demais membros da mesa da rádio continuam explicitando sua agenda política e econômica, defendendo inclusive a Reforma Administrativa para acabar com direitos dos servidores. A falta de equilíbrio do jornalista e de seus colegas se explicita também nas ofensas e provocações dirigidas ao sindicato e aos serventuários.

A assessoria jurídica do Sindjustiça-RJ está analisando detalhadamente o ataque do jornalista Rodolfo Schneider aos serventuários e, em breve, deve chegar à conclusão sobre as medidas de responsabilização cabíveis para o caso. A diretoria do sindicato entrará com pedido formal de direito de resposta, por entender que todos os serventuários foram profissional e moralmente ofendidos pelo jornalista.

Apesar de considerarmos a relevância e a importância dos veículos de imprensa para a democracia, esse episódio também nos alerta para os perigos da mistura de interesses políticos e econômicos que, geralmente, determina a inclinação editorial desses veículos.

Em nome da categoria, não iremos permitir que um veículo de comunicação do porte da Band News FM e um jornalista com tanta voz na sociedade se utilizem de sua visibilidade para promover uma verdadeira caça aos servidores. É inadmissível que a imprensa incite a população contra aqueles que trabalham diuturnamente para prestar um serviço de qualidade a todos os fluminenses.

Não iremos nos calar!

Diretoria do Sindjustiça-RJ

 

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