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Mais uma tragédia anunciada

AÇÕES DE PREVENÇÃO PODERIAM IMPEDIR PREJUÍZOS CAUSADOS PELAS CHUVAS, DIZ ESPECIALISTA

Segunda-feira, dia 6 de abril, vai ficar na memória da população fluminense. Mas os problemas enfrentados por seus moradores, em consequência da maior chuva já registrada na cidade — foram 288 milímetros registrados em 24 horas pela Defesa Civil Municipal, causando aproximadamente 100 mortes em todo o estado — poderiam ter sido evitados, ou pelo menos, reduzidos, com a adoção de ações preventivas nos centros urbanos e nas encostas.

Para o presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, os municípios devem adotar o tratamento preventivo, ou passivo, antes que comecem a ocorrer deslizamentos de terras. “É a drenagem, superficial e profunda, que custa muito barato, menos de 10% da eventual obra de estabilização [da encosta] e livra de acidentes”, disse. Ele afirmou ainda que esse tipo de trabalho exige aporte de recursos pelo governo federal.

O professor explicou ainda que problemas estruturais causados por construções irregulares em encostas não se resolvem em dois ou quatro anos. “Com as chuvas fortes, o solo satura e sua resistência interna diminui. Além disso, o peso aumenta com a água. São dois fatores que prejudicam”, afirmou o engenheiro.

Ele apontou a necessidade de se desobstruir a saída das águas, principalmente nas zonas baixas da cidade. Outro aspecto fundamental é o da limpeza das ruas e dos morros. O lixo jogado nas ruas vai para os ralos e bueiros, entupindo-os e impedindo a saída da água das chuvas.

Para Bogossian, o forte temporal que atingiu a capital fluminense foi um problema excepcional. “Não é um problema corriqueiro. Esse é um aspecto que não pode ser esquecido para não sair por aí achando culpados”, advertiu.

Verdadeiro caos

Muita gente ficou sem condições de ir para casa porque a Avenida Brasil, principal ligação do Centro com as Zonas Norte e Oeste do Rio ficou com vários bolsões d’água. O temporal veio acompanhado de uma ventania.

As escolas das redes municipal e estadual, as universidades e a maior parte dos estabelecimentos da rede particular suspenderam as aulas. As atividades escolares também foram suspensas em todas as unidades de ensino técnico e profissionalizante da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec).

Vários órgãos públicos — entre eles o Tribunal de Justiça e o Ministério Público — e grandes empresas (públicas e privadas) também pararam as atividades administrativas ou tornaram o ponto facultativo, porque os diversos pontos de alagamento, em todas as áreas da cidade, impedem o deslocamento de funcionários até o trabalho.

Deve chover nesta terça-feira (7) em todo o estado do Rio de Janeiro, com alerta para a Região Serrana e o Norte Fluminense, segundo informações do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. (da Redação, com informações da Agência Brasil)

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