O Orçamento de 2012 está cheio de contradições e contraria a intenção do governo de assegurar a queda de juros sem descontrole da inflação.
Para isso, o governo teria que manter ou até ampliar o ajuste fiscal de 2011. A queda dos juros aquece a economia. A contenção de gastos seria um contraponto, evitando pressões inflacionárias.
Pela proposta, as despesas primárias crescerão 15,9% em 2012. Esse percentual está acima do ritmo de crescimento da economia, que é receita perversa para a luta contra a volta da inflação.
Já o superávit primário cai. Um superávit maior seria remédio adequado para evitar explosão de preços, abrindo espaço para a queda dos juros.
Outra contradição é a previsão de crescimento de 5% da economia, bem acima do que projeta o mercado, à luz do cenário internacional de recessão.
Analistas já trabalham com previsão de crescimento de apenas 3%.
Outro problema: o reajuste do salário mínimo, de 13, 62%, considera uma estimativa de inflação de 5,7% para 2011. O mercado trabalha com uma taxa maior, já que a inflação de 12 meses está em 7,1%.