A prioridade à luta contra a entrega da gestão dos hospitais públicos à Fundação Saúde do Estado do Rio e às chamadas ‘organizações sociais’ (O.S.) foi o principal indicativo aprovado na assembleia da saúde estadual realizada na última sexta-feira (7/12), no auditório do Sindsprev/RJ.
Com participação de servidores dos hospitais Rocha Faria, Albert Schweitzer, Carlos Chagas, Adão Pereira Nunes, Getúlio Vargas e Azevedo Lima, a assembleia também indicou a construção de um calendário unificado de mobilização da saúde nas três esferas (Federal, Estadual e Municipal do Rio), a partir dos elementos que unificam os servidores, como a luta contra a privatização, por condições de trabalho, em defesa do duplo-vínculo e dos planos de cargos e salários, entre outros.
Os servidores aprovaram ainda o boicote à avaliação que lhes vem sendo imposta pela Secretaria de Saúde como “condição” para continuarem recebendo a gratificação do PCA e a continuidade da resistência à migração para a Fundação Saúde do Estado do Rio, prevista no Decreto nº 43.865/2012. Mais uma deliberação foi o apoio ao diretor do Sindsprev/RJ Gilberto Custódio de Mesquita, que atualmente está sendo processado por injúria pelo ex-diretor do Hospital Pedro II, João Paulo Salgado.
Também como decorrência da assembleia, os servidores estarão presentes na audiência pública da próxima quinta-feira, 13/12, que vai debater as consequências do Decreto 43.865 — que estabelece normas e critérios para a cessão de servidores públicos civis e militares à Fundação Saúde do Estado do Rio.
“Precisamos de uma grande mobilização de servidores das três esferas contra a privatização, pois Dilma, Cabral e Eduardo Paes querem extinguir o serviço público e seus trabalhadores, que somos nós, servidores estatutários”, afirmou a diretora do Sindsprev/RJ e servidora da saúde, Rosimeri Paiva.
A também dirigente do Sindicato Cristiane Gerardo denunciou o contrato de cooperação entre os governos Dilma e Cabral Filho, que prevê a entrega da gestão de hospitais federais à chamada Fundação Saúde do Estado do Rio. “A Fundação que está nos hospitais estaduais já foi contratada para atuar no Hospital do Andaraí e no HFSE. O objetivo é assumir leitos intensivos das unidades federais do Rio. Por isso é que essa assembleia tem de questionar e denunciar a privatização como ameaça à saúde pública, nas três esferas de governo. A saúde estadual está se reorganizando e já houve atos no Azevedo Lima e em outras unidades, mas precisamos avançar mais, atuando em conjunto com as outras esferas”, disse.
Na assembleia, servidores fizeram propostas de mobilização, como a de realizar seminários nas unidades de saúde com esta finalidade. “São muito grandes e violentos os ataques que virão por aí, movidos pelos governos contra nós, servidores. É assim que vamos construir uma reorganização interna da nossa categoria”, explicou a servidora Denise Nascimento. Em linha semelhante foi a servidora Cintia Teixeira, do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). “Esse é o momento de intensificarmos nossos atos e assembleias nas principais unidades, especialmente naquelas onde ainda não realizamos essas atividades”, completou.
“Temos que mostrar a nossa indignação, não queremos O.S. e fundações. Somos todos servidores da saúde e temos de lutar contra a privatização, não importa se acontece em hospital federal, estadual ou municipal”, concluiu a servidora da saúde federal e diretora do Sindsprev/RJ, Maria Ivone Suppo. (informações do Sindsprev/RJ)