Aproveitando o reinício dos trabalhos legislativos após o recesso parlamentar, servidores da saúde estadual, da educação, judiciário e Uerj protestaram nas escadarias da Alerj, nesta quarta-feira (1/08). O objetivo foi pedir aos deputados apoio à luta pela manutenção do triênio (adicional por tempo de serviço) e contra a demolição do Hospital do Iaserj. Um documento com as duas reivindicações foi protocolado formalmente na Alerj, onde uma audiência pública na Comissão de Saúde daquela casa estava prevista para acontecer ao final da tarde, tendo como tema a situação do Hospital do Iaserj.
Assinado pelo Muspe (Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais), o documento afirma que nenhuma das duas medidas — fim do triênio e demolição do Hospital — foi discutida pelo governo Cabral Filho com os deputados. O texto conclui com pedido de ajuda para que os servidores revertam as duas medidas. “Nossa ideia é entregar uma cópia do documento a cada parlamentar. Queremos apoio à nossa luta pelo triênio e em defesa do Hospital do Iaserj. A intenção do governo de tirar os nossos direitos e demolir aquele Hospital é totalmente absurda”, explica o coordenador geral do Sind-Justiça, José Carlos Arruda.
Com faixas, cartazes, adesivos e um carro de som, servidores se revezaram nas falações de protesto contra a política de Sergio Cabral Filho. Em maio, o governo do estado ingressou com uma Ação de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) para acabar de vez com o triênio. Em junho, foi a vez de a Secretaria Estadual de Saúde ordenar a remoção de pacientes do Hospital do Iaserj. O objetivo do governo é demolir o Hospital para entregar a área ao Instituto Nacional do Câncer (Inca).
“Acho que deveria haver uma grande mobilização nacional dos servidores e da população porque o que acontece hoje no Iaserj pode acontecer amanhã em outros setores do funcionalismo e do serviço público. O Hospital do Iaserj foi construído com recursos dos servidores. Ninguém pode tomar o Hospital de assalto ou transferir pacientes ali internados, como fizeram de noite, sob chuva e frio”, protestou a servidores Rosilene Mattos, lotada no Hospital.
Servidor do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), vinculado à Uerj, o técnico de enfermagem Ismael Feitosa do Nascimento ressaltou a importância da luta unificada dos servidores. “Aqui nos mobilizamos por reajuste salarial, em defesa do Hospital do Iaserj e do nosso triênio, que é um direito adquirido do servidor. No serviço público, o sucateamento é geral. Lá no Hupe, onde trabalho, o que vemos é uma fachada que esconde grande precariedade, como falta de materiais e assistência básica”, disse.
“Vamos continuar ocupando as ruas e praças até conquistamos nossas reivindicações. Aqui não lutamos por nossos interesses pessoais, mas pelo interesse público maior, que é ter saúde e educação públicas, gratuitas e de qualidade. E com unidade que vamos conquistar isso”, afirmou, do carro de som, a também servidora da Uerj Perciliana Costa Rodrigues.
A intenção do Muspe é continuar organizando atos unificados do funcionalismo estadual, para pressionar o governo Cabral Filho a abrir efetivas negociações e reverter os brutais ataques contidos no fim do triênio e na demolição do Iaserj.
Participaram da manifestação na Alerj representantes do Sindsprev-RJ, Sepe-RJ, Afiaserj, Sind-Justiça, Sintuperj e Asduerj. Estudantes da Faculdade de Formação de Professores da Uerj (FFP), de São Gonçalo, também compareceram, exigindo mais verbas para a educação pública. (informações do Sindsprev-RJ)
