Após 70 dias de paralisação, agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal decidiram nesta segunda-feira (15) encerrar a greve. Em assembleias independentes, policiais de 22 estados e do Distrito Federal votaram pela volta ao trabalho, já nesta terça-feira (16).
Com essas votações, a maioria dos sindicatos já decidiu pelo fim da greve — faltam votações em Pernambuco e no Piauí. Os grevistas da PF ficaram isolados depois que todas as outras categorias que também paralisaram suas atividades negociaram com o governo federal e encerraram suas respectivas greves. O funcionalismo federal fez, no primeiro semestre, uma onda de protestos.
A greve da PF contou com a participação apenas de agentes, escrivães e papiloscopistas, não contando com o apoio dos delegados. Essa última categoria aceitou proposta do governo, de aumento de 15% divididos em três anos. Isso evidenciou um racha entre as duas categorias.
Além de aumento salarial, os policiais grevistas questionavam a estrutura de cargos da PF e cobravam o reconhecimento de suas atividades como sendo de nível superior.
Os agentes querem ainda que seus pares possam ser promovidos aos cargos máximos da PF, inclusive o de diretor-geral e de superintendentes estaduais, o que não é permitido hoje.
Há cerca de 15 dias, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) reconheceu a legitimidade da greve, mas fixou a necessidade de manutenção de cotas mínimas de servidores em algumas áreas de trabalho.
A paralisação reduziu drasticamente o número de operações da PF. Como a Folha mostrou, em média, foram 23 operações por mês de janeiro a julho. No período de greve, esse número caiu para 13. (informações do jornal Folha de S.Paulo)