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COM DILMA, RENDA DE EMPREGADO PRIVADO SOBE MAIS QUE A DE SERVIDOR

Diferentemente do que ocorreu na maior parte do governo Lula, em que a renda dos servidores públicos subiu mais do que a dos empregados formais do setor privado, nos dois primeiros anos da gestão Dilma os dois grupos praticamente se igualaram em termos de evolução do rendimento, com uma ligeira vantagem para o setor privado, mostram dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 2011 e 2012, a renda dos trabalhadores do setor privado com carteira assinada teve uma alta real (acima da inflação) acumulada de 8,2%; a dos funcionários públicos, de 7,9%.

Já entre 2003 e 2010, os ganhos médios dos funcionários públicos subiram 32,6% em termos reais, enquanto os dos empregados privados formais aumentaram 9,3%. Considerando apenas o ano passado, a alta na área privada foi de 5,3%, enquanto no setor público atingiu 2%.

Ainda não é possível saber se essa é uma nova tendência que veio para ficar. Parte do aumento do setor privado verificado no governo Dilma é consequência direta do crescimento econômico registrado no último ano de Lula. Em 2010, o PIB (produto interno bruto) subiu 7,5%. Por causa disso, o salário mínimo foi reajustado em 14,13% em 2012 (o aumento do mínimo tem como referência a inflação do ano anterior e o PIB de dois anos antes).

O reajuste do mínimo atinge mais a média salarial do setor privado. Na área pública, a proporção de pessoas que ganham o piso é menor. Como no ano passado o PIB cresceu menos (apenas 0,9%), em 2014 o reajuste do mínimo será menor e puxará menos a alta salarial do setor privado.

Mas também não se pode deixar de notar que a atual presidente tem sido firme diante da pressão de parte do funcionalismo por aumento. No ano passado, uma greve de servidores durou cerca de dois meses e terminou com uma reposição salarial de 15,8% escalonada em três anos, sendo que algumas categorias pediam reajuste de até 151%.

Vale deixar claro que os percentuais de aumento da renda nos dois grupos aqui analisados — funcionários formais do setor privado e do público — variam não apenas quando os empregados têm reajuste, mas também quando aumenta ou diminui o número de pessoas de cada grupo. Por exemplo, cada vez que uma pessoa sai da informalidade e passa a ganhar o salário mínimo com carteira assinada, a renda média dos empregados privados diminui — ainda que nenhum deles tenha sofrido, individualmente, redução nos vencimentos.

Em outras palavras, ao notar o baixo aumento da renda média no setor privado entre 2003 e 2010, não se pode ignorar também o alto ritmo de formalização do trabalho no período.

Atualmente, a renda média do empregado privado formal é de R$ 1.696, enquanto a do servidor público é de R$ 2.969. Esta postagem não discutirá se essa diferença é justa ou não, pois isso exigiria uma análise detalhada da qualificação dos trabalhadores em cada setor. Por exemplo, é normal que os muitos profissionais do direito que não passam no exame da Ordem dos Advogados do Brasil sejam absorvidos pela iniciativa privada com um salário menor do que o daqueles que foram aprovados em concurso para procurador ou magistrado. (informações do UOL Notícias)

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