A reunião do Comando Nacional de Greve realizada nesta quarta-feira, 1º de julho, na Fenajufe, contou com a participação de 16 sindicatos filiados e avaliou que a força e a amplitude da greve instalada em todo o país desde o dia 10 de junho (JF Paraná iniciou antes, a partir de 25/05), combinados com a “ocupação” do Senado por dentro por centenas de grevistas e o cerco feito por fora por contingente estimado no seu ápice entre oito e dez mil servidores. A maioria, naturalmente era do DF, mas também contou com expressiva participação das caravanas que vieram de todos os estados, com destaque para Goiás e Minas Gerais, que trouxeram próximo de 300 servidores cada. São Paulo trouxe dois ônibus com 80 grevistas, que sitiaram o Senado e fecharam uma das pistas do Eixo Monumental de Brasília desde o inicio da tarde, e que foram fundamentais e determinantes para garantir a aprovação do PLC 28 no Senado.
Avaliação do Comando Greve é que esta é uma das maiores greves da categoria nos últimos anos, contando com adesão em todos os estados e com vários elementos novos e diferenciados, como o resgate da unidade de propósito da categoria, unida em torno de uma mesma pauta comum, que é a busca da reposição das perdas salariais acumuladas, que estão sendo buscadas através da aprovação do PLC 28.
Outros elementos diferenciais do movimento foi o resgate da centralidade e protagonismo na direção da greve e negociação pela Fenajufe e também a participação intensa dos novos servidores, o uso intensivo das novas tecnologias, onde o WhatsApp e outras redes sociais ajudou a convocar, organizar e repercutir a greve e pressionar os senadores e poderes.
O Comando de Greve avaliou também, que vencida esta primeira batalha, com aprovação do PLC 28/2015 no Senado, a categoria deve continuar atuando de forma organizada e unida, mantendo e intensificando a greve em todos os locais de trabalho, para garantir a sanção do projeto, que já foi enviado hoje mesmo à Presidência da República, que tem o prazo de 15 dias úteis para sanção.
A greve e mobilização da categoria tem sido o elemento diferenciado que forçou as conversações entre Governo e Judiciário, que precisam ser mantidas e intensificadas nos próximos dias, para garantir o orçamento necessário para implementação da reposição salarial aprovada e evitar a ameaça de veto já feito pelo governo, que insiste em manter sua postura de ingerência e desrespeito à autonomia e independência do Judiciário para fixar política salarial para os servidores, já assegurada desde o ano passado à magistratura.
A reunião do Comando de Greve, foi conduzida pelos coordenadores da Fenajufe Adilson Rodrigues, Cledo Vieira e Eugênia Lacerda e contou com a participação dos coordenadores Madalena Nunes, Inês Castro, Alexandre Magnus, Tarcísio Ferreira, Pedro Aparecido, Saulo Arcangeli, Jaqueline Albuquerque, Roberto Ponciano e Edmilton Gomes. Compareceram dirigentes dos Sindicatos das bases de Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Maranhão, Pernambuco, Ceará, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Mato Grosso e Rio de Janeiro.
O Comando reconheceu também a necessidade da participação do STF na mediação com o governo, mas vai exigir postura incisiva na defesa dos interesses dos servidores.
Como orientação aos Sindicatos da base, o Comando Nacional de Greve indica à categoria e assembleias nos estados:
— Manutenção e fortalecimento da greve para garantir a sanção do projeto;
— Criação da campanha “Sanciona Dilma”, incluindo nas redes sociais a hashtag #SancionaDilma, bem como a utilização de banners e faixas com o slogan nas manifestações e atos públicos;
— Indica a realização de atos públicos semanais, sempre às quartas-feiras, em todo o País. Na quarta-feira, 8, acontece a primeira edição do “Sanciona Dilma!”, como ato público;
— Indicativo da realização de apagões a serem discutidos nas assembleias e definidos na próxima reunião do CNG, na terça-feira, 7, às 10 horas no auditório da Fenajufe;
— Articular com os senadores a montagem da comissão que irá articular e buscar se reunir com a presidente Dilma Rousseff, incluindo deputados federais, para trabalhar a sanção e evitar o veto do projeto do PLC 28/2015;
— Elaborar e disponibilizar no site nota de agradecimento a ser enviada pela Fenajufe, sindicatos e categoria para senadores e deputados, pelo apoio e voto durante toda a tramitação do projeto, aproveitando para articular a derrubada de possível veto da presidente, caso ele aconteça;
— Orientar aos Sindicatos e à Fenajufe que deem visibilidade à greve, utilizando-se de todos os instrumentos de contato com a imprensa, bem como ampliar a utilização da Comunicação Sindical;
— Orienta a participação do Comando Nacional de Greve e do Sindjus/DF, no Ato Nacional dos SPFs, no dia 7 de julho em Brasilia e recomenda aos sindicatos filiados a participação nos atos conjuntos dos SPFs nos estados neste dia;
— Apoiar o movimento de derrubada do veto do reajuste salarial dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), que criará precedente importante no caso de veto do PLC 28;
— Reiterar os pedidos de audiência com o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, bem como com os demais presidentes de Tribunais Superiores para que atuem em conjunto pela defesa da sanção do PLC 28 e da autonomia e independência do PJF;
— A partir de agora os Sindicatos deverão acompanhar a agenda da presidente da República e do presidente do STF, para intensificar o corpo-a-corpo e as manifestações locais;
— Empenhar esforços na aprovação imediata dos PLCs 41 e 25, de 2015, já incluídos na pauta do Senado para amanhã, 02/07;
— Próxima reunião do CNG na terça-feira, 7, às 10 horas no auditório da Fenajufe. Os sindicatos deverão realizar as assembleias de avaliação do movimento, nos dias 2 e 3 de julho conforme indicado no calendário de mobilização, bem como enviar à Fenajufe, impreterivelmente até o dia 6 de julho, o resultado das deliberações, que serão discutidas na reunião do dia seguinte. (informações da Fenajufe)