Nos últimos dez anos, dez mulheres foram assassinadas por dia no Brasil. Entre 1997 e 2007, 41.532 mulheres morreram vítimas de homicídio, um índice de 4,2 assassinadas por 100 mil habitantes. Elas morrem em número e proporção bem menores do que os homens (92% das vítimas), mas o nível de assassinato feminino no Brasil fica acima do padrão internacional.
Os números mostram que as taxas de assassinatos de mulheres no Brasil são mais altas do que as da maioria dos países europeus, cujos índices não ultrapassam 0,5 caso por 100 mil habitantes. As nações que lideram a lista são África do Sul (25 por 100 mil habitantes) e Colômbia (7,8 por 100 mil).
Existe um contraste quando são comparados os Estados brasileiros. O primeiro lugar do ranking é o Espírito Santo, com índices de 10,3 assassinatos de mulheres por 100 mil habitantes. No Maranhão é de 1,9 por 100 mil. “Quanto mais machista a cultura local, maior tende a ser a violência contra a mulher”, diz a psicóloga Paula Licursi Prates, doutoranda na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, onde estuda homens autores de violência.
Esses dados foram divulgados recentemente pelo Instituto Sangari, que elabora há mais de dez anos um Mapa da Violência no país. A edição de 2010 aprofunda a análise dos dados gerais e apresenta um recorte especial de gênero e de cor. O estudo está disponível na íntegra na internet — emhttp://www.institutosangari.org.br/mapadaviolencia/ —. (informações do Núcleo Piratininga de Comunicação — NPC)