Está comprovado: diminui a passos constantes e largos o interesse pelo magistério. O déficit de professores só faz crescer. Segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), 753,8 mil professores da educação básica — nas redes pública e privada — davam aulas para cinco ou mais turmas em 2009. A rede estadual de ensino do Rio de Janeiro registra a saída de cerca de 20 professores, por dia, das escolas.
Em resposta ao Requerimento de Informações que o vereador do município do Rio de Janeiro Eliomar Coelho enviou à secretária municipal de Educação, foi apurado que há mais de 11 mil duplas regências com a finalidade de suprir a carência de 12.260 professores nas salas de aula.
Para cobrir este déficit, que só tem contribuído para a piora na qualidade de ensino, é preciso contratar, sim, mais professores. Mas isso não é suficiente. Quando, afinal, teremos um Plano de Cargos e Salários decente, e real, que comece a recuperar a dignidade e o status do professor? Há previsão orçamentária para que o Plano de Carreira do Magistério seja implementado em 2011 a fim de que melhores salários novamente atraiam mais jovens bem formados e com vocação?
Dados da Fundação Carlos Chagas dão conta que 68% dos alunos de licenciatura estudaram em escolas públicas com péssimo desempenho no Enem. Quase a metade vem de famílias com renda abaixo de cinco salários mínimos, onde os pais só estudaram até a 4ª série do ensino fundamental. Uma geração oriunda de um ensino público que vem sofrendo um verdadeiro desmonte. (informações do mandato do vereador Eliomar Coelho — PSOL)