Como mais um passo da luta para barrar a demolição do Hospital Central do Iaserj, servidores públicos estaduais realizaram nessa segunda-feira (12/04) uma plenária em frente ao Hospital Central do Instituto, na Rua Henrique Valadares, Praça da Cruz Vermelha. O objetivo foi denunciar, à população carioca, as conseqüências da política implementada pelo governador Cabral Filho (PMDB) no serviço público.
A plenária contou com a presença de representantes do Sindsprev-RJ, da Afiaserj (Associação de Funcionários do Iaserj), do Sepe-RJ, Sind-Justiça, Conlutas, Sindpefaetec, além do deputado estadual Paulo Ramos (PDT).
“O que acontece hoje no Iaserj é o resultado da política aprovada há dois anos na Alerj, por iniciativa de Cabral Filho e dos deputados governistas, instituindo as fundações de direito privado na Saúde. Também é resultado da entrega dos hospitais municipais a Organizações Sociais, que o prefeito Eduardo Pases (PMDB) quer executar. Precisamos repudiar essas políticas genocidas e defender o serviço público de qualidade para a população”, afirmou o diretor do Sindsprev, Julio César Tavares.
Falando em nome do Sindicato Estadual dos Profissionais em Educação (Sepe), a professora Vera Nepomuceno também criticou o sucateamento dos serviços públicos. “Na semana passada, fizemos um ato aqui no Iaserj Central. Naquele ato já indicávamos a necessidade de um movimento mais unificado e fortalecido em defesa do Iaserj, denunciando à população os ataques aos seus direitos e aos dos servidores. Para nós, da Educação, aquele ato já trouxe algum resultado porque, até agora, os tapumes não foram colocados”, disse, em referência à demolição pretendida pelo governo. Vera propôs que a audiência pública sobre Educação, no próximo dia 28, na Alerj, seja utilizada para denunciar a intenção do governo de demolir o Instituto.
“Cabral já deu todas as demonstrações de total desapreço ao serviço público e aos servidores. Não há nenhuma área da administração pública onde encontremos realizações do atual governo, que desativou o Instituto de Infectologia São Sebastião e mantém sucateados todos os hospitais da rede. Hoje participamos aqui de uma grande resistência porque não é possível aceitar que o Iaserj seja demolido”, declarou o deputado Paulo Ramos.
A representante da Conlutas, Perciliana Costa Rodrigues, criticou as políticas de privatização implementadas pelo governo estadual. “A tentativa de destruir o Iaserj se insere numa lógica de transformar a saúde em mercadoria, mas saúde e mercadoria não combinam”.
A presidente da Afiaserj, Mariléa Ormond, referendou as palavras dos oradores que a antecederam. “Vamos todos defender o Iaserj para que não consigam pôr os tapumes aqui. Para que não haja demolição do nosso Hospital Central, que é um patrimônio dos servidores e da população carioca, construído com recursos dos trabalhadores”, concluiu, sob aplausos.
A demolição do Iaserj está sendo imposta pelo governo Cabral com o objetivo de permitir a construção de um grande complexo do Inca (Instituto Nacional do Câncer) no local. Segundo denúncia de servidores do Instituto, o governo Lula teria aprovado R$ 311 milhões para financiar a demolição.
Após a plenária, os servidores indicaram a realização da próxima reunião do Muspe (Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais) na segunda-feira, dia 19, às 15h, no Hospital Central do Iaserj. Uma das propostas de mobilização discutidas é de realizar paralisação a partir do dia 28 de abril, junto com servidores da Educação, em protesto contra as políticas de sucateamento implementadas por Cabral Filho. (com informações do Sindsprev-RJ)