A greve dos serventuários da justiça continuou ontem em todo o estado do Rio. Em Nova Iguaçu, a adesão ainda é de 70%. Para o setor emergencial, apenas 30% dos servidores trabalham normalmente. A paralisação, que começou na última terça-feira, é por tempo indeterminado até que as reivindicações feitas por eles sejam atendidas. A greve seria contra uma decisão do Tribunal de Justiça que não foi cumprida pelo Governo do Estado. Eles brigam pelos 24% do reajuste salarial que não foi pago.
“Os serventuários da justiça foram excluídos de um reajuste que foi dado para todo o funcionalismo estadual na época do governo Moreira Franco. A parte da lei que excluía os serventuários foi declarada inconstitucional e depois de um tramite de 23 anos, a sentença foi transitada em julgado, não cabendo mais recurso e há uma determinação para cumprir o pagamento dos 24% que inda não foi feito”, comentou o delegado sindical de Nova Iguaçu e membro da comissão de negociação, Wagner Cordeiro.
Ainda segundo ele, o presidente do Tribunal de Justiça alega que esse valor é só para os autores, mas mesmo antes da sentença transitar em julgado, o TJ administrativamente reconheceu que o valor era devido a todos os serventuários incorporando em 1998, 10% nos vencimentos de todos os servidores, que foi abatido dos 70.5% originais que deram
origem a ação.
“Também queremos deixar claro que não estamos pedindo aumento de salário, somente que a decisão judicial seja cumprida. A transferência de um funcionário do Fórum Central para a Comarca de Santa Maria Madalena foi uma aberração, assim como a cassação das licenças sindicais de 13 coordenadores do sindicato. A população vai continuar tendo direito aos atendimentos emergenciais.
Nossa greve não é contra a população, mas sim na construção do judiciário que respeite as leis e a soberania das decisões judiciais. Essa paralisação só vai terminar com a incorporação dos 24% e com a certeza que nenhum servidor será punido com essa greve”, acrescentou Wagner.
Na próxima terça-feira, haverá uma nova assembléia no Rio para avaliar a categoria de greve e para saber se há alguma proposta em relação aos 24% do reajuste salarial. (Jornal Hoje, Baixada Fluminense)