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HOSPITAL DO IASERJ: RESISTÊNCIA CONTRA DEMOLIÇÃO CONTINUA

Familiares de pacientes, pacientes, servidores, dirigentes sindicais e parlamentares reforçaram, nesta segunda-feira (16/7), a vigília no pátio do Hospital do Iaserj. O movimento visa barrar a demolição da unidade. A presidente licenciada da Associação de Funcionários do Iaserj (Afiaserj), Mariléa Ormond, lembrou que, apesar da remoção truculenta de pacientes internados, na noite de sábado e madrugada de domingo, a luta vai continuar.

“Não daremos um passo atrás. Não permitiremos que o governo Cabral destrua um hospital público para permitir que o Inca construa em seu lugar o estacionamento e o pátio do seu centro de pesquisas. Isso é um crime contra a população”, afirmou Mariléa, durante discurso no carro de som do Sindsprev-RJ, no pátio do Iaserj. Ela criticou todo o projeto, feito para beneficiar empreiteiras, indo contra o direito da população à saúde. “Querem fazer uma orgia com o dinheiro público, mas a sociedade civil está mobilizada para garantir a continuidade do atendimento”, afirmou.

Segundo a presidente em exercício da Afiaserj, Cristina Maria Machado Maia, na tarde desta segunda-feira (16) o Defensor Público Federal André Ordagcy vai ingressar, no Tribunal Regional Federal da 2ª região (TRF 2) com ações questionando a desativação do Hospital do Iaserj e a consequente redução de leitos oferecidos pelo estado à população.

Um sintoma de que o movimento de resistência vem incomodando o governo Cabral foi a coletiva de imprensa, convocada pelo secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, na sede do Inca. Um forte esquema de segurança impediu que a imprensa do Sindsprev e dirigentes sindicais pudessem entrar. Mas Côrtes tentou minimizar o desgaste da remoção forçada de pacientes internados, dizendo que “todos estão bem”. E que os serviços do Iaserj passarão a ser feitos no Iaserj do Maracanã.

CABRAL É “TRAIDOR” E “COVARDE” — A TV Record fez uma pesquisa com pacientes na porta do Iaserj: 95% se disseram contra a demolição do hospital e 5% não tinham opinião formada. Ao entrar para uma consulta, Terezinha Cosme da Cruz, 75 anos, aposentada, disse que se sentiu ofendida em seu direito de ser informada, pelos jornais, da desativação. “Aqui, tenho um tratamento decente. Mas o Sérgio Cabral não quer que eu seja atendida. Rezo muito para que ele não precise mendigar uma consulta, que é o que vai acontecer conosco se ele fechar o Iaserj”, disse. Lembrou que o governador prometeu fortalecer a unidade, durante a eleição e está fazendo o contrário. E sintetizou: “Ele é um traidor”.

Odilha Sampaio de Mello, 76 anos, portadora de artrose, disse que há três anos se trata no Iaserj. “Moro em Caxias. Tenho que chegar de madrugada, mas vale a pena. Se não fosse esse hospital eu estaria debaixo da terra. O governador quer fechar porque não pensa no povo pobre”, protestou.

Wilma Andrade tem suspeita de câncer no seio. “Fui à consulta e o médico me pediu um exame. Só que, agora, tenho que fazer em outro lugar. Mas onde? Fazia tudo aqui. E agora, como vai ser?”, indagou. Em sua cadeira de rodas, Neise Fernandes, de 58 anos, se trata há 20 anos de problemas de má circulação nas pernas. “Acho que o governador está fazendo uma covardia com as pessoas. A gente precisa muito desse hospital que, além das consultas e curativos, nos fornece medicamentos que não temos condição de pagar”, disse, revoltada.

AMPLIAR A OCUPAÇÃO — Vera Nepomuceno, diretora do Sepe e do Comando de Mobilização em Defesa do Iaserj, defendeu a ampliação do movimento de resistência. “É fundamental que barremos a demolição, que faz parte de uma política mais geral de sucateamento e privatização da saúde levada a cabo pelos governos Dilma, Cabral e Paes. A luta tem que ser abraçada por toda a sociedade, que está tendo seus direitos desrespeitados por um ditador”, afirmou.

O diretor do Sindsprev, Edilson Mariano, condenou o projeto do Instituto Nacional do Câncer. “É inconcebível o que estamos vivendo. O governador, a presidente, o Inca não respeitam o Estado de Direito. Basta ver o que aconteceu aqui no fim de semana, com a remoção forçada de pacientes à noite, para que seja construído um projeto megalômano que vai custar R$ 500 milhões aos cofres públicos e ainda destruir um hospital tradicional como o Iaserj, que atende a mais de 9 mil pessoas por mês. É um crime que tem que ser execrado”, frisou.

O ex-diretor do Iaserj, Nelson Ferrão, lembrou que há outros muitos terrenos onde o complexo do Inca poderia ser erguido, não havendo uma explicação clara para que isso aconteça com a implosão do Iaserj. Ele classificou de absurda a retirada de pacientes à força. “Nunca antes tinha visto algo tão antiético e truculento nos meus 31 anos de medicina. É lamentável”, observou. (com informações do Sindsprev-RJ)

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