O registro de um terreno na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, que teria sido comprado por R$ 10 milhões por dois auditores fiscais, está no centro de uma polêmica no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). A operação, que teve voto favorável do desembargador Roberto Wider, corregedor licenciado do TJ, foi barrada pelo Órgão Especial do tribunal. É o que mostra reportagem de Chico Otavio e Cássio Bruno, conforme reportagem de O Globo.
De acordo com a reportagem, o auditor fiscal Vanildo Pereira da Silva e a analista tributária Mirian Affonso Martins, investigados por lavagem de dinheiro, queriam registrar o terreno. Para lavrar a escritura, eles chegaram a obter, com voto decisivo de Wider, o aval do Conselho da Magistratura. Mas liminar concedida por outro desembargador, Nametala Jorge, em mandado de segurança proposto pelo Ministério Público, mandou sustar a operação.
Ainda segundo a reportagem, com renda mensal inferior a R$ 30 mil mensais, o casal acumulou, somente em transações imobiliárias ocorridas nos últimos oito anos, um patrimônio estimado em pelo menos R$ 16 milhões — o valor é baseado em pesquisa nos cartórios do município. A riqueza do casal levou a corregedoria da Receita Federal a instaurar sindicância. A medida provocou também a abertura de um inquérito na Polícia Federal.
Wider argumentou, em nota enviada ao Globo, que a decisão do Conselho de Magistratura sobre o terreno ocorreu de forma colegiada (coletiva), tendo votado em concordância com outros seis desembargadores. O auditor fiscal Vanildo Pereira da Silva e a analista tributária Miriam Affonso Martins não foram localizados pela reportagem. (informações do Globo)