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Mentira é a arma dos desesperados, mas coloca em risco todos os demais

Assumimos a diretoria do Sindjustiça-RJ em 2018, no meio de uma das conjunturas mais difíceis da história do nosso país. Ao longo de nossa gestão, temos feito grande esforço para que as divisões que afetaram a sociedade não atinjam as nossas construções coletivas. Colocamos a luta pelos direitos dos serventuários sempre em primeiro lugar, mas por dever enquanto representação sindical, não nos furtamos de criticar qualquer projeto que tem sido colocado contra nossa categoria.

E é por isso que adquirimos, ao longo deste período, o respeito dos serventuários, inclusive de colegas que discordam pontualmente de algumas de nossas posições.

Também assumimos desde o início uma postura de respeito às instâncias da nossa entidade, porque entendemos que aqueles que estão dispostos a participar dessa construção coletiva, compreendem que há espaços democráticos e apropriados para isso.

Mas nos últimos períodos, temos visto posições de pessoas que, por priorizar a vaidade e seus projetos políticos-pessoais, estão colocando em risco o futuro da nossa categoria.

Em um momento em que construímos uma das mais importantes greves da nossa história (que não é por fatores econômicos ou trabalhistas, mas pela vida), aqueles que estão espalhando mentiras sobre o sindicato não estão apenas atacando a direção sindical (seja de olho nas futuras eleições do sindicato – o que seria bastante mesquinho –  ou por outros motivos), estão jogando contra todos os serventuários. E diante disso não podemos nos calar.

Derrubar muros e reconstruir pontes

Nosso maior desafio logo ao assumir a gestão foi derrubar os muros que foram construídos anteriormente, que impediam completamente o diálogo com a Administração do TJ-RJ. Tivemos um imenso trabalho para resgatar os canais mínimos institucionais para que nossas pautas pudessem ser retomadas.

Com muito esforço e mantendo a coerência, conseguimos reconstruir pontes para manter uma relação institucional e republicana com aqueles que são os responsáveis imediatos pela nossa vida laboral.

E toda a categoria tem conhecimento de que quando foi preciso construímos mobilizações, cobramos com seriedade e com firmeza, e fizemos o enfrentamento. Mas não nos lançamos em empreitadas irresponsáveis apenas para tentar construir uma falsa imagem para a categoria, afinal, nenhum membro da atual diretoria tem pretensões políticas e não usamos a nossa base como trampolim para projetos personalistas. Ao contrário, nossa direção é formada por pessoas com longo histórico de luta sindical, de trabalho efetivo de base e de respeito às instâncias democráticas da nossa categoria. E assumimos esse compromisso mesmo diante dos altos custos à nossa vida profissional e pessoal.

Mas apesar das dificuldades imensas que os servidores de todas as categorias estão passando, conseguimos avanços importantes desde o início da gestão. Muito mais do que outras carreiras, que assim como nós sofrem com congelamento salarial há anos e retirada de direitos.

Estamos encaminhando um movimento de greve que obviamente não agrada à Administração do Tribunal, mas que consideramos extremamente necessário por se tratar da vida dos serventuários e de suas famílias. E não há nada mais importante do que isso. Por outro lado, vemos pessoas que acusam a direção sindical de “peleguismo” (o que não faz nenhum sentido quando a direção está conduzindo uma greve ao lado dos serventuários) mas não se posicionam com clareza sobre o próprio movimento deflagrado pela categoria. Peleguismo é a posição de quem está sempre em cima do muro, adaptando o discurso conforme percebe mudanças nos humores da conjuntura e de seus pares. Peleguismo e oportunismo andam de mãos dadas.

É uma agressão rasteira, vindo de quem esconde, sob a capa do vitimismo, o mesmo discurso de ódio do qual diz ser alvo. Isso é usado frequentemente por pessoas que tentam construir uma autoimagem de mártir de uma causa coletiva. Mas o que se vê é apenas oportunismo, porque engana colegas que podem acabar acreditando que sua bandeira é coletiva, quando na verdade é individual.

Comunicação do sindicato não é instrumento de valorização pessoal

Com alguma frequência, essas mesmas pessoas atacam a forma com a qual a nossa gestão estabeleceu a comunicação da entidade. Aqui também pensamos diferente, porque nossa comunicação tem prioritariamente viés institucional, é informativa e valoriza o trabalho do sindicato e a atuação da categoria. Não é, como outrora, um instrumento de autovalorização de apenas uma figura.

Aqui há também outro fator importante. Uma das mentiras que está sendo divulgada em redes sociais, de forma sórdida, diz respeito ao “custo” da nossa comunicação. Inicialmente, precisamos esclarecer que não consideramos que deixar a categoria informada permanentemente, construir ações de valorização dos serventuários e de diálogo com a sociedade (pois somos frutos de constantes fake news e chamados de “elite do funcionalismo”) seja um custo, mas sim um investimento. E nossa entidade tem condições suficientes para isso. Mas nem por isso deve ser alvo de mentiras, como a que está sendo espalhada de que o investimento seria mais do que o dobro do que realmente é. Isso não é só ignorância ou ausência de capacidade de fazer cálculos matemáticos, é má fé, pura e escancarada!

Além disso, talvez a maioria da categoria não saiba, mas a nossa entidade herdou um passivo volumosos de indenização trabalhista de uma profissional de comunicação contratada na gestão passada, cuja jornada extrapolava a legislação. O mesmo aconteceu com um antigo advogado, cujo processo ainda corre na Justiça. Ou seja, contraditoriamente, quem dizia lutar por direitos dos trabalhadores não respeitava os direitos de seus próprios funcionários.

Também desativamos uma sala em outra localidade e outras estruturas que não funcionavam com a necessária qualidade, e geravam custos desnecessários.

Como o projeto era personalista, o Sindjustiça-RJ não tinha sequer página de Facebook. Hoje, temos a segunda página com mais curtidas entre todas as entidades de serventuários do Brasil (e isso em pouco mais de 2 anos), que só no último ano alcançou mais de 1.6 milhão de pessoas e mais de 100 mil interações. Temos também um novo perfil no Instagram que, dentre as entidades que representam servidores do Judiciário, é um mais seguidos do país.

Hoje, esses meios oficiais são espaços onde a categoria pode se pronunciar, cobrar o sindicato, falar abertamente sem medo de veto, repreensão ou censura, diferentemente do o que acontecia no antigo “Fala Servidor”, que existia no site velho mas não contava com transparência, já que as publicações passavam por censura prévia e mesmo quem conseguiu publicar ali era muitas vezes ofendido justamente por quem deveria garantir o uso democrático do espaço.

Como a comunicação institucional também não era prioridade, o sindicato possuía um site tecnicamente ultrapassado, confuso e de difícil utilização. Hoje, o site é moderno, funcional e extremamente utilizado pela categoria, com cerca de um milhão de acessos no último ano.

Fora isso, fazemos frequentemente vídeos de alto impacto e campanhas de mobilização, de lutas e de valorização, voltadas à categoria e para o diálogo necessário com a comunidade.

Para garantir a agilidade da informação, implementamos uma lista de transmissão por WhatsApp que hoje conta com milhares de serventuários inscritos, que recebem todas as notícias e publicações produzidas pelo sindicato.

E como nossa intenção é atender aos interesses e às demandas dos serventuários, nossa comunicação também ajuda a fazer a ponte entre a categoria e a nossa entidade. Diariamente, centenas de servidores são atendidos pelas redes sociais e pelo WhatsApp (já tivemos picos com mais de 800 mensagens em um único dia), e todas as demandas são respondidas diretamente ou levadas à diretoria ou aos departamentos específicos da entidade.

Grande parte do trabalho feito pela equipe de comunicação pode acabar não sendo percebido diretamente, mas como mostramos, vai muito além de produzir notinhas informativas, como as fake news tentam sugerir à categoria.

Respeito aos espaços democráticos x fuga do debate

Nossa categoria construiu, em sua história, espaços democráticos de participação e de decisão, onde todos têm voz, podem expressar suas ideias com liberdade, defender os projetos que interessam e participar da construção coletiva das decisões e das ações efetivas.

Mas nem todos têm coragem de participar desses espaços, especialmente aqueles acostumados a atuar apenas onde tudo está sob seu controle. E são justamente esses que acabaram criando espaços paralelos de atuação, onde podem manter o controle e contam com a colaboração de alguns administradores que censuram posições diferentes e não permitem a crítica. É uma forma de fazer parecer que os ventos estão sempre favoráveis e maquiar o verdadeiro sentimento da maioria da categoria.

Nossa diretoria optou por um caminho diferente, de valorizar as estruturas do sindicato (que é o legítimo representante da categoria) e as instâncias democráticas, de construir coletivamente e ouvir o contraditório, sem veto e sem censura. Foi o que sempre fizemos quando não fazíamos parte da direção sindical.

Isso sim é democracia!

A maior parte da nossa categoria já demonstrou que não aceita o paralelismo e por isso está repudiando esse tipo de comportamento divisionista. E que fique claro: o repúdio da categoria não é para tentar calar ninguém, mas é para alertar a toda coletividade que certos comportamentos não devem ser aceitos e nem naturalizados. A categoria entendeu que o direito de se expressar é diferente de continuar espalhando mentiras e dissenções oportunistas.

Talvez por não frequentar os espaços democráticos da categoria, quem está espalhando fake news não saiba diferenciar “assembleias virtuais” (cujo uso inadequado do termo pode acabar enganando os colegas e fazer parecer que a assembleia não é real) com assembleias online (que é a única forma de nos reunirmos por causa do isolamento social, e que está sendo usada por todas as entidades sindicais sérias do país, por governos e até por empresas privadas).

Quem está espalhando fake news e dando a entender que não consegue enxergar nossa diretoria é porque não participa das instâncias reais de luta da categoria. Tática semelhante ao de um avestruz, que esconde a cabeça em um buraco para não ver a realidade no entorno. Dessa forma, não viu e nem participou das dezenas de reuniões e eventos que temos feito presencialmente desde o início de nossa gestão. O importante é que a categoria viu e participou.

Mas por não participar das instâncias democráticas, quem está espalhando mentiras parece não saber a diferença de papéis entre as funções que devem ser desempenhadas em um comitê técnico com o que é tentar fazer representação paralela. Certamente, deveria se preocupar em desempenhar as obrigações das funções que ocupa (mas não o faz), e não fazer aquilo que acredita que melhorará a sua imagem.

Bravatas colocam vidas em risco, agir com responsabilidade salva vidas

Quem tenta desestabilizar o sindicato neste momento em que a entidade e a categoria estão construindo um movimento pelas vidas dos serventuários e de seus entes amados está, na verdade, contribuindo para que mais vidas sejam perdidas.

Em vez de unir nossa categoria, essas vozes jogam contra a coletividade e acabam por ajudar a desacreditar um movimento que luta pelo bem mais precioso. E a situação piora quando se expressam publicamente com posições que comprometem o andamento das pautas da categoria. Isso vai além da irresponsabilidade, é a mais completa ausência de qualquer tipo de solidariedade, que deveria ser a marca de quem diz que trabalha pelos outros.

O Sindjustiça-RJ tem adotado uma postura responsável na condução das demandas da categoria, porque de nada adianta tomarmos posições drásticas e histriônicas se, neste momento, isso não servir para salvar vidas e, o que é pior, ainda contribuir para colocar outras vidas em risco.

A própria construção da nossa greve de trabalho presencial foi baseada nesses princípios e só aconteceu depois que nossas diversas tentativas de diálogo e negociação com a Administração não foram respondidas.

E é assim que conduzimos o dia a dia do nosso sindicato: trabalhando efetivamente pela categoria e cuidando dos nossos serventuários.

Por isso mesmo, raramente os colegas irão ver nossos diretores escrevendo diariamente textões em grupos paralelos de redes sociais, porque temos muito a fazer, lutas a construir, negociações para buscar e, principalmente, utilizamos nosso tempo para atender os serventuários.

E temos uma greve pela vida para conduzir, que é nossa atual prioridade e deve ser a de qualquer pessoa que tenha responsabilidade com o interesse coletivo.

Diretoria do Sindjustiça-RJ
Julho de 2020

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