“A isenção de impostos ao empresariado não pesa. A sonegação dos mesmos também não é o problema. Os gastos infundados com apadrinhados políticos não fazem diferença no orçamento federal”. Este parece ser o pensamento do ministro da economia Paulo Guedes. Para ele, o grande problema econômico do Brasil são os funcionários concursados, que ele chamou de “parasitas” do dinheiro público. A declaração foi dada durante uma palestra na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), na última sexta-feira (7), e motivou moções de repúdio de todas as categorias do funcionalismo público.
O Sindjustiça-RJ, igualmente, repudia as colocações do ministro. Elas reforçam a divulgação de informações falsas à sociedade, uma rotina no atual governo.
Certamente, ele não conhece a realidade dos servidores. Não conhece uma rotina marcada pela falta de infraestrutura, pelo crescente assédio moral, pela desvalorização constante. Não sabe o que é ficar cinco anos sem reposição salarial, vendo a qualidade de vida da própria família reduzir drasticamente.
Ainda assim, o ministro afronta o funcionalismo, visando colocar o cidadão contra o servidor, no intuito de justificar a aplicação de um projeto político que tem como foco principal a redução drástica do papel do Estado.
Com isso, ele busca deslegitimar a obrigação do Estado com a população, fazendo-a acreditar que o trabalho público é oneroso e falho. E que os servidores são desonestos e aproveitadores.
O comentário do ministro é a prova inegável e indelével do pensamento que permeia o Governo Federal. E de suas intenções.
Senhor ministro, parasitas são aqueles que se instalam no poder às custas do trabalhador. Parasitas são aqueles que vivem de um sistema financeiro e do rentismo que nada produz, não gera riquezas e nem desenvolvimento econômico e social para o país. Parasitas são aqueles que fraudam fundos de pensão em centenas de milhões de reais, colocando o futuro de milhares de pessoas em risco.
O senhor conhece isso muito de perto.
Oneroso, Paulo Guedes, é destinar a maior parte dos nossos impostos a pagar altos salários a pessoas incapazes de exercer a sua função com primazia e equilíbrio; incapazes de representar os anseios da população.
Falho, ministro, é o ato de falar sem conhecimento, de imputar culpa sem provas, de disseminar mentiras para esconder os próprios erros (que são inúmeros). Falha é a maior autoridade econômica de um país se tornar o parasita ideológico de um governo que muito fala, mas pouco faz.
Menos discurso e mais ação. É assim que faremos um Brasil melhor. Com trabalho e dedicação ao serviço público; com garantia de direitos e respeito ao servidor, o verdadeiro responsável por movimentar nossa economia.
É assim que os serventuários do Judiciário estadual constroem um Rio de Janeiro e um Brasil melhores.
Resistiremos, repudiando!
Conselho de Delegados Sindicais do Sindjustiça-RJ
Diretoria do Sindjustiça-RJ
Fonte:Sindjustiça-RJ