Um morador de rua que participava do ato contra o aumento da tarifa, nessa segunda-feira (17/6) no Rio de Janeiro, foi detido durante o confronto entre policiais e manifestantes, em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Ele só foi liberado após o pagamento da fiança de R$ 700, arrecadados por advogados que se voluntariaram a defender os detidos e até pediram dinheiro a pessoas que passavam na rua para completar o valor.
“Eu estava saindo de onde eu moro, na Praça XV, e vi a polícia botando o pessoal para correr, e eu me assustei também. Quando eles me viram correndo, deram um tiro, eu me abaixei. Aí eles me algemaram e me trouxeram para cá”, disse Nilton dos Santos, 23 anos, que vai responder por formação de quadrilha.
O delegado adjunto da 5ª Delegacia de Polícia, Antonio Ferreira Bonfim Filho, disse que os presos foram flagrados cometendo crimes. Ainda segundo ele, apesar de responderem pelo que foram autuados, a investigação pode desqualificar as acusações em um segundo momento.
Para o advogado Rodrigo Montego, da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro), as prisões foram feitas de forma arbitrária. “Ele [Nilton dos Santos] mostra isso, um morador de rua que não conhece ninguém e não tem relação com nenhum dos universitários que foram presos”. Ainda segundo Montego, nenhum dos universitários se conhecia. Após o confronto, eles foram detidos em pontos diferentes da cidade, inclusive em pontos de ônibus e fazendo registros dos danos.
A Agência Brasil entrou em contato com a PM (Polícia Militar) e aguarda posicionamento do órgão. Por meio de nota atualizada na manhã desta terça (18/6), a PM do Rio se limitou a informar que cinco policiais foram feridos nos ataques à Assembleia Legislativa.
A passeata reuniu, segundo a PM do Rio, 100 mil manifestantes que atravessaram, de forma pacífica, a Avenida Rio Branco, da Candelária à Cinelândia. Parte deles se dirigiu à Alerj e um grupo de menos de 100 pessoas queimou carros, causou danos a estabelecimentos comerciais vizinhos e pichou o Paço Imperial. O prédio da Assembleia Legislativa foi o mais depredado. (informações da Agência Brasil)