O segundo dia do 6º Congresso do Sindjustiça-RJ, que acontece em Petrópolis, no Rio de Janeiro, teve como tema na parte da manhã “Saúde e condições de trabalho”.
A professora Elisete Soares Traesel, da Universidade Federal Fluminense (UFF), deu a tônica da palestra focando no perigo da naturalização do excesso e intensificação do trabalho. Para ela, “a lógica ‘time is money’ passou a ser internalizada em nós. Agora tudo que fazemos, desde o banho de manhã, está nesta lógica. E não nos permitimos sair disso”.
As consequências da cobrança excessiva por parte dos próprios trabalhadores podem ser graves. Pesquisa desenvolvida pela professora com o setor Judiciário concluiu que 66% tem algum tipo de doença relacionada ao trabalho. Síndrome de Burnout (esgotamento físico e emocional), estresse e ansiedade estão entre elas. “Aquele que pede socorro está bem mais próximo da saúde do que o homem ou a mulher de ferro”, ressaltou Elisete .
Além disso, salientou a importância da prática coletivista e solidária no trabalho e entre os trabalhadores. “É preciso pensar novos modelos de trabalho que ultrapassem a lógica produtivista do toyotismo. Não podemos nos acostumar com este modelo.” Uma das estratégias para o fortalecimento da saúde mental para ela é o reconhecimento. “Você está reconhecendo seu esforço ou está mais se cobrando?”, questionou ao final.
Na parte da tarde, os serventuários poderão assistir a palestra “Gestão produtivista e novas tecnologias: impactos na qualidade de vida do servidor do Judiciário”, de Mara Rejane Weber, ex-coordenadora de Imprensa e Comunicação da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe).
Também poderão entender mais sobre organização sindical, tema do painel 3. Guilherme Mikami, cientista político, jornalista e diretor da agência Abridor de Latas Comunicação Sindical, falará sobre “A comunicação como ferramenta da defesa de direitos”; e Ednaldo Martins, coordenador de Política Sindical da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud), e Dionizio Janio Barbosa de Souza, coordenador da Secretaria-Geral da Fenajud, falarão sobre os desafios para a organização dos trabalhadores do Judiciário estadual.
Ontem
Na abertura do 6º Congresso, na sexta-feira, o professor Jessé Souza fez uma reflexão, cuja abordagem foi voltar à escravidão para entender o assunto da defasagem do trabalhador. Os participantes tiveram a oportunidade de apresentar questões ao palestrante, e a avaliação da palestra foi bastante positiva entre os serventuários.
A programação completa está disponível no site do Sindjustiça-RJ. E quem não está em Petrópolis pode acompanhar todas as palestras via Facebook na página do Sindjustiça-RJ.