Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde em 2017, a cada ano, cerca de 11 mil brasileiros tiram a própria vida. O suicídio tem números epidêmicos em todo o mundo — incluindo o Brasil. Por isso, em apoio à campanha nacional Setembro Amarelo, o Sindjustiça-RJ propõe aos serventuários uma conversa franca sobre a questão.
A iniciativa foi criada em 2014 para fomentar o diálogo sobre o problema. Devido ao estigma que cerca o tema do suicídio, muitas vezes, pessoas que se encontram em estado de sofrimento extremo hesitam em falar com alguém próximo e pedir ajuda.
De acordo com a diretora de saúde e condições do trabalho do Sindjustiça-RJ, Gabriela Garrido, descontruir a ideia de que não se pode falar abertamente sobre suicídio é fundamental para o enfrentamento do problema.
“A conscientização faz com que um indivíduo que esteja pensando nisso saiba quando e como procurar suporte. Em contrapartida, também desperta a empatia de quem nunca pensou em cometer suicídio e tem dificuldade em compreender a dor de quem chega a um ponto tão drástico”, explica Gabriela.
O que faz alguém pensar em tirar a própria vida?
Inúmeros motivos podem desencadear esse ato. Segundo levantamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS), os gatilhos mais comuns são crises relacionadas a transtornos psicoemocionais.
Isso significa que pessoas que já sofrem com doenças como depressão, ansiedade ou transtorno bipolar, por exemplo, correm um risco maior de tirar a própria vida do que a população que não enfrenta nenhum desses problemas. O fato de que todas essas disfunções também são estigmatizadas e cercadas de estereótipos contribui para o panorama.
O suicídio também pode ser motivado por dificuldades financeiras, problemas familiares, luto e abuso de substâncias. Há ainda estudos que relacionam picos do fenômeno com períodos sociopolíticos e econômicos conturbados.
Todas as causas têm um fator comum: um sofrimento tão profundo que parece insuperável. Por isso, é muito importante se mostrar solícito e presente para familiares, amigos e colegas do trabalho que estejam transparecendo sinais preocupantes.
Alguns “sintomas” de pensamento suicida são isolamento, crises súbitas de choro, mudanças repentinas de aparência (como fazer um corte de cabelo extremo ou mudar totalmente a forma de se vestir, por exemplo), doação de objetos pessoais ou valores em dinheiro, esforço atípico para resolver pendências, se despedir de pessoas próximas e automutilação.
Em contrapartida, serventuários que estejam enfrentando esses sentimentos não precisam sofrer sozinhos. Não é preciso ter vergonha de estar atravessando uma fase difícil. É fundamental desabafar sobre isso com alguém de confiança e procurar ajuda profissional o mais rápido possível.
Estou pensando em suicídio. O que fazer?
Durante uma crise, alguns serviços de apoio podem ajudar. O mais conhecido é o Centro de Valorização à Vida (CVV), que oferece orientações para pessoas em risco iminente de suicídio. É possível contatar a entidade por meio do telefone 188, pelo chat online ou por e-mail.
É imprescindível procurar um especialista, como psicólogo ou psiquiatra, para conversar sobre esses pensamentos e buscar uma solução. O Sistema Único de Saúde (SUS) também oferece guias de encaminhamento para esses profissionais.
Algumas universidades no Rio de Janeiro oferecem atendimento psicológico gratuito ou a preços populares. É possível se informar sobre o serviço dessas instituições nos contatos a seguir:
Instituição | Telefone |
Universidade Federal Fluminense (UFF) | (21) 2629-2951 |
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) | (21) 2928-5327 |
Universidade Veiga de Almeida (UVA) | (21) 2574-8898 |
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) | (21) 3527-1573 |
Estácio de Sá | (21) 2503-2573 |
Fonte: Sindjustiça-RJ