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Centro do Rio vira campo de batalha em ato contra pacote de austeridade

Servidores públicos ocupam o entorno da Assembleia Legislativa fluminense no quinto dia de protestos contra um pacote de medidas do Governo estadual.

Centenas de servidores públicos do Estado do Rio de Janeiro, entre bombeiros, policiais civis e militares, professores e profissionais da saúde, ocupam nesta segunda-feira o entorno da Assembleia Legislativa fluminense no quinto dia de protestos contra um pacote de medidas do Governo estadual para tentar sanear as deficitárias contas públicas. A maioria tem os olhos avermelhados, lacrimejam e exibem a pele irritada, consequência das bombas lançadas pela Tropa de Choque da Polícia Militar. Os policiais tentaram reprimir a manifestação quando um grupo conseguiu derrubar uma das grades que cerca a Assembleia desde o final de semana.
O pacote do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que levantou a ira dos funcionários públicos que só no Executivo são mais de 470.000, contempla o aumento da alíquota previdenciária de 11% a 14% e a suspensão de gratificações, que atingem diretamente o bolso dos servidores. O ambiente é de revolta depois de mais de um ano de atraso nos salários e precariedade dos serviços. À exceção dos agentes da área de segurança pública e educação, os demais não receberam ainda os salários de outubro, que serão parcelados em até sete vezes.

Aos atrasos soma-se a falta de materiais básicos o trabalho que se arrasta há meses. Um grupo de inspetores da Policia Civil que não quis se identificar relatou a situação nas respectivas delegacias. Eles levam de casa o próprio papel higiênico e não têm mais papel nem tinta para imprimir. Professores contaram sobre a falta de Internet e telefone por falta de pagamento em escolas técnicas, falta de limpeza e manutenção e goteiras. Policias militares apontaram a falta de verba para abastecer viaturas e um bombeiro responsável por dirigir uma ambulância relatou a falta de luvas, agulhas e material básico para trabalhar. Muitos deles não quiseram se identificar para “evitar represálias”.

O protesto começou às 10h desta segunda na frente da Assembleia Legislativa, onde os deputados devem votar o pacote proposto pelo Estado até dezembro. Por volta das 13h um grupo de manifestantes começou a tentar derrubar a cerca que protege o edifício, enquanto outros manifestantes – a maioria policiais- tentou impedi-lo. O grupo insistiu e a grade finalmente caiu sob os gritos de euforia da multidão. A polícia demorou a agir, manteve a calma e reagiu usando spray de pimenta. Depois de lançar a primeira bomba, no entanto, uma chuva delas caiu em cima dos manifestantes que correram para se dispersar. O protesto chegou a ser cercado pela Tropa de Choque sob os gritos dos colegas policiais que pediam calma aos companheiros fardados. Vídeo de Julio Trindade, publicado pelo jornal O Globo, mostra o momento em que dois integrantes da Tropa de Choque desiste da segurança e se junta aos manifestantes.
Após uma hora de confusão, os manifestantes se reagruparam e voltaram a cercar a Assembleia, enquanto os blindados do Choque se retiravam. Os servidores exigem que nenhuma das medidas seja aprovada sem prévia consulta com os trabalhadores.

Na jornada também houve momentos de hostilidade contra a imprensa. O jornalista da TV Globo, Caco Barcelos, fazia uma entrevista quando manifestantes lhe lançaram garrafas e o perseguiram aos gritos de “Globo golpista”. O jornalista teve que se esconder num canteiro de obras, até deixar a região escoltado pela Polícia Militar.

FONTE:
http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Centro-do-Rio-vira-campo-de-batalha-em-ato-contra-pacote-de-austeridade/4/37255

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