O Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril, é uma ótima oportunidade para refletir sobre a urgência de transformar o mundo para melhor. A data marca a criação da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1948, e funciona como um alerta sobre as medidas necessárias para garantir qualidade de vida e bem-estar a todas as pessoas.
Em uma sociedade que coloca o lucro acima da saúde e caminha para o aprofundamento das desigualdades, repensar a saúde é uma tarefa fundamental. Todo ano, a OMS lista metas ambiciosas relacionadas ao tema e estimula a adoção de medidas voltadas à promoção da saúde em âmbito global.
Para 2019, os objetivos incluem a redução da poluição do ar e das mudanças climáticas, a contenção da epidemia de gripe, o acompanhamento de populações em situação de fragilidade e vulnerabilidade, o controle do Ebola, da dengue, do HIV e a ampliação da atenção primária à saúde.
Com o cumprimento das metas, a OMS espera levar a cobertura de saúde para 1 bilhão a mais de pessoas em comparação com os números atuais. Os desafios são muitos: os planos da agência da ONU coincidem com um momento de aprofundamento das desigualdades e tensões sociais em todo o mundo.
Saúde, uma responsabilidade social
A saúde vai muito além da prática de exercícios, da boa alimentação e do sono regulado. Essa visão mais individualizada da promoção da saúde é importante, mas o 7 de abril funciona como um mecanismo ampliador do debate sobre o tema. A proposta é que a Saúde seja vista como uma responsabilidade coletiva, tanto do Estado como da sociedade.
É nesse ponto que os próximos anos guardam grandes desafios para o Brasil. As medidas neoliberais de redução das responsabilidades sociais do Estado, entre elas as relacionadas à saúde, impõem um futuro de incerteza quanto ao bem-estar da maioria dos brasileiros.
O Sistema Único de Saúde (SUS), modelo elogiado e replicado em todo o mundo, está prestes a enfrentar um período de precarização sem precedentes por conta dos sucessivos cortes orçamentários e dos processo de privatização. A ampliação da atenção primária à saúde, uma das metas da OMS para 2019, deve encontrar dificuldades para sair do papel no Brasil dos próximos anos.
O Dia Mundial da Saúde se coloca, então, como uma grande oportunidade para os brasileiros repensarem as perspectivas colocadas para o futuro. Que o 7 de abril consiga reforçar que, em uma sociedade historicamente desigual, marcada por tensões e instabilidades, a atuação do Estado precisa se voltar para a redução das disparidades, e não o seu aprofundamento.
Fonte: Sindjustiça-RJ