No mês do Dia Internacional da Mulher, o Sindjustiça-RJ preparou uma programação especial para conversar com as servidoras sobre temas importantes e, sobretudo, para combater a desigualdade de gênero, uma opressão que se traduz em números alarmantes no Rio de Janeiro.
Segundo a Diretoria-Geral de Apoio dos Órgãos Jurisdicionais (DGJUR) do TJRJ, de janeiro de 2017 até dezembro de 2018, 177 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado. Outras 50 foram alvo de tentativas de assassinato no mesmo intervalo.
Isso significa que cerca de 7 mulheres morreram por mês, em média, simplesmente por conta do machismo estrutural que está na base da sociedade brasileira.
O cenário fica ainda mais críticos quando a violência sexual também é levada em consideração. Só em 2017, foram 4.173 casos de estupro registrados, o equivalente a 11 ocorrências por dia. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), 68% desses ataques aconteceram no próprio ambiente doméstico.
Esses dados são alarmantes, mas certamente não expressam totalmente a realidade, já que a grande maioria dos casos de violência sexual e de gênero não são denunciados às autoridades.
“O Sindjustiça-RJ promoveu as atividades para tratarmos de questões que são importantes para a sobrevivência das mulheres em nosso estado”, explicou a diretora de organização político-sindical da entidade, Ana Paula do Couto Alves.
Agenda do Sindjustiça-RJ teve atos e atividades
No dia 8 de março, o sindicato ocupou as ruas ao lado de 50 mil pessoas para reivindicar direitos, justiça e equidade de gênero.
O ato unificado de Dia Internacional da Mulher lotou a Candelária, no centro da capital, e lembrou a luta pelo fim da violência contra as mulheres e o assassinato da vereadora Marielle Franco.
Em 15 de março, o Sindjustiça-RJ realizou um workshop contra a violência de gênero em Santo Antônio de Pádua, em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A palestra Violência, machismo e segurança pública. Elementos intrínsecos de coexistência no atendimento a violência doméstica lotou o auditório da subsede local da OAB.
No dia 26, foi a vez da comarca de Itaperuna receber um evento organizado pela delegada sindical Silaine e a serventuária Maria Angélica Cardozo. A atividade também discutiu o combate à violência contra as mulheres e contou com uma exposição de bijuterias confeccionadas pela artista local Adriana Gentil, que desenvolve trabalhos em homenagem à estilista Zuzu Angel.
Zuzu se tornou mundialmente conhecida durante o período da ditadura militar, quando enfrentou o regime na busca por informações sobre seu filho, Stuart Angel, assassinado pelo regime.
Por fim, no dia 27 de março, a diretoria de saúde e condições de trabalho do sindicato organizou uma palestra sobre saúde da mulher com a participação de uma ginecologista, que tirou dúvidas das serventuárias.
Todas essas atividades são parte do compromisso do Sindjustiça-RJ com o combate à desigualdade de gênero.
Fonte: Sindjustiça-RJ