O escritor José Saramago, primeiro Prêmio Nobel português, morreu aos 87 anos nesta sexta-feira (18/6) em sua casa nas Ilhas Canárias, informou a editora que publica seus livros na Espanha, a Alfaguara. O autor, cuja frágil saúde provocou temores sobre sua vida há alguns anos, publicou no final de 2009 seu último romance “Caim”, um olhar irônico sobre o Velho Testamento, muito criticado pela Igreja Católica.
Cético e pessimista contumaz, Saramago levantou sua voz por inúmeras vezes contra as injustiças, a Igreja e os grandes poderes econômicos, que ele via como grandes doenças de seu tempo.
“Estamos afundados na merda do mundo e não se pode ser otimista. O otimista, ou é estúpido, ou insensível ou milionário”, disse o escritor em dezembro de 2008, durante apresentação em Madri de “As Pequenas Memórias”, obra em que recorda sua infância entre os cinco e 14 anos.
Saramago, nascido em Azinhaga, na região central de Portugal, cresceu numa família de camponeses e há anos fixou residência em Lanzarote, nas Ilhas Canárias (Espanha), onde morava com a tradutora e jornalista Pilar del Río.
Entre as obras do autor, que começou a carreira como poeta, estão “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” e “Ensaio sobre a Cegueira”.