O relatório Justiça em Números, divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mostrou que, apesar da desvalorização e do descaso com suas pautas e direitos, os servidores da Justiça vêm apresentando um desempenho cada vez melhor.
O CNJ afirma que a produtividade dos Tribunais, que vem crescendo desde 2014, atingiu o maior patamar em 2018. Pela primeira vez em 10 anos, a Justiça obteve uma redução no volume de casos pendentes. No relatório, consta uma queda de quase um milhão de processos em trâmite no Judiciário.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) foi o que apresentou o melhor desempenho, com 3.339 casos baixados por magistrado.
Essa é, novamente, uma boa notícia para a população. Mas ela esconde um lado obscuro. Nada disso seria possível sem o gigantesco esforço dos serventuários. Por mais que alguns setores tentem esconder esse fato, a realidade é que todo esse resultado positivo ocorre às custas do adoecimento físico e mental dos membros da categoria.
A cada ano, mesmo que se reafirme a “eficácia do TJRJ”, isso não vem acompanhado da valorização equivalente a quem se dedica diariamente para atender às demandas da população.
São 10 anos seguidos como o “mais produtivo do país” e, ao mesmo tempo, já se completam 5 anos sem reposição salarial para os serventuários.
Ou seja, há meia década se negam a conceder um digno e urgente reajuste salarial para a categoria que, desde 2014, vem sofrendo com a perda do poder de compra e, consequentemente, de sua qualidade de vida.
Além disso, a convocação de novos servidores para diversas áreas, de Oficiais de Justiça a psicólogos e assistentes sociais, só se tornou realidade depois de uma intensa ação de pressão e negociação entre o Sindjustiça-RJ e o TJRJ.
Outra pauta pendente é a revisão da política de progressões e promoções de carreira. Apesar do consenso estabelecido com a administração anterior do TJRJ sobre a temporalidade de dois em dois anos, a nova gestão do órgão está considerando aumentar o período para três ou quatro anos.
Apesar dos discursos que insistem em atribuir ao funcionalismo público características como ineficácia e morosidade, é possível constatar, por meio de dados, que o empenho dos servidores se reverte em benefícios para toda a sociedade.
Se os serventuários fluminenses são produtivos, chegando inclusive a se destacar em âmbito nacional, nada mais justo que eles sejam valorizados e reconhecidos pelo trabalho que fazem.
Fonte: Sindjustiça-RJ