Os setores políticos que mais vociferam contra os servidores públicos falam muito em “produtividade”. Alegam que os funcionários públicos são lentos, acomodados e que não cumprem seu papel com a suposta agilidade da iniciativa privada.
O discurso pode funcionar bem em um vídeo feito para viralizar nas redes sociais e despertar ódio, mas não é nada compatível com realidade. Um dos muitos exemplos que desmentem essa narrativa é o Poder Judiciário fluminense.
Graças à dedicação dos servidores, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) conquistou pela décima vez consecutiva o posto de mais tribunal mais produtivo do Brasil. O levantamento é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que destaca a crescente produtividade dos tribunais brasileiros desde 2014.
No relatório divulgado em 2019, o CNJ afirma que, pela primeira vez em 10 anos, a Justiça obteve uma redução considerável no volume de casos pendentes. No TJRJ, o mais produtivo, foram 3.339 casos baixados por magistrado.
O que os funcionários públicos do TJRJ receberam troca?
Os servidores amargam quase seis anos sem nenhuma reposição em suas remunerações, o que gerou uma defasagem salarial de 37%. Uma perda de quase um terço de seu poder de compra. Em que mundo isso seria considerado um privilégio?
Tamanha desvalorização, somada a um assédio moral crônico e as campanhas de difamação de setores políticos que não têm compromisso com o bem-estar da sociedade, geram um permanente clima de desânimo e índices preocupantes de adoecimento entre os servidores.
Se hoje o TJRJ já é o mais produtivo do país, garantindo celeridade nos processos judiciais e um atendimento de qualidade aos fluminenses, ainda há muito potencial para melhorar.
Em vez de reduzir o quadro de pessoal, o Poder Público deveria convocar os servidores já aprovados, e não colocar estagiários e voluntários para atuar em funções complexas, específicas para servidores mais bem capacitados.
Se o “problema” era a produtividade, ele está resolvido: o TJRJ é o mais produtivo do país. Mas por que setores motivados por interesses políticos e econômicos se esforçam tanto para destruir a imagem dos servidores?
Fonte: Sindjustiça-RJ